A contagem decrescente já se iniciou e os “guardiões do templo” há algum tempo começaram o seu trabalho. Um trabalho legítimo na defesa daquilo que consideram ser seu. Com inteligência, manipulando, orientando, condicionando e defendendo o “status quo”, porque alternativas há muitas, mas nenhuma é melhor do que a alternativa às alternativas.
Os “guardiões do templo” são leais a si e aos seus, mas mostram falta de ambição acabando por se tornar igualmente “guardiões do tempo”, desejando que o futuro se reinvente no passado porque para pior já basta assim.
Estes “guardiões” defendem o sistema, mas comprometem o seu desenvolvimento ao condicionar o contraditório. Atacam quem julgam que critica mesmo que apenas se apontem outros caminhos ou outras soluções. Criticam sem conhecer o conteúdo das propostas e esforçam-se para diminuir a curiosidade de outros que as queiram conhecer.
Percebo-os, apesar de tudo, percebo-os. Guardando o “templo”, acreditam estar a defender-se a si e aos seus, receando que os “novos” sejam da estirpe dos “velhos” e que se limitem a beneficiar apenas os seus.
Ao estar há tempo a desempenhar estas funções, estão formatados e já não conseguem dar o benefício da dúvida, não conseguindo vislumbrar que a mudança possa ser positiva, ganhando e privilegiando todos, eles incluídos.
De todos, para todos e com todos não passa de uma falácia que se baseia em utopias, até porque o historial mostra que os recursos são limitados. E mesmo que não fossem, o aumento da ganância dar-lhes-ia essa perspetiva.
Nem toda a mudança é positiva, mas a defesa cega do “stablishment”, sem critério nem diálogo, que projeta Adamastores em todas as ideias que não se alinham com o sistema, mostra alguma cobardia e muita desonestidade intelectual.
Nem toda a mudança é positiva, mas muita será desejável quando, comparando realidades comparáveis, os resultados se mostram há demasiado tempo abaixo das médias.
É tempo de começarmos a exigir que haja seriedade e que a informação deixe de ser construída com base em meias-verdades, onde se comunicam os ganhos e se ignoram as perdas, porque o resultado será sempre a diferença entre estas duas realidades.
Temos de ser mais exigentes, mas para isso também temos de estar mais informados porque não podemos exigir aquilo que desconhecemos. Essa exigência, ao ganhar dimensão, produzirá resultados que nos beneficiarão a todos e, lentamente, esvaziará o protagonismo que ainda vão tendo alguns dos “guardiões do templo”.
E quando isso acontecer, as políticas terão impacto positivo na vida das pessoas e contribuirão decisivamente para o desenvolvimento do território.








