Mais uma pedra que cai, mais um muro que se rende à gravidade e, com ele, a confiança na gestão municipal de Castelo Branco. Depois da derrocada da muralha da zona histórica, agora foi a vez do muro do cemitério do Salgueiro do Campo ceder às leis da física e ao desleixo da câmara liderada por Leopoldo Rodrigues.
A situação quase parece uma obra de teatro trágico-cómica: enquanto as pedras rolam, a presidência municipal mantém-se estoicamente impávida, como se a cidade fosse um tabuleiro de dominó onde as estruturas se abatem uma a uma, rumo às eleições autárquicas.
Será que a câmara espera que o próximo desabamento aconteça já nas urnas? Ou talvez a estratégia passe por transformar Castelo Branco num museu a céu aberto de ruínas contemporâneas, com visitas guiadas ao abandono das infraestruturas municipais.
Os munícipes perguntam-se: quantas derrocadas serão necessárias para que algo mude? Quantos muros terão de cair até que a câmara levante a cabeça e faça jus à responsabilidade que carrega? Enquanto isso, as pedras continuam a cair, tal como a paciência da população.
Se a gestão autárquica continuar a trilhar o caminho do colapso, resta saber se será preciso reconstruir a cidade ou, ironicamente, erguer um novo muro: o do esquecimento, onde os eleitores possam sepultar os mandatos que transformaram Castelo Branco num palco de ruínas políticas.
