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Castelo Branco à Beira do Abismo: Uma Eleição entre Promessas e Desilusões

Castelo Branco já entrou em contagem decrescente para as eleições autárquicas, e a cidade, em pleno processo de desintegração sob a gestão socialista, prepara-se para um confronto nada animador. A batalha pela Câmara Municipal não é apenas uma disputa entre três candidatos – é uma luta pela sobrevivência política e, quem sabe, pela própria dignidade da cidade. Em campo, três nomes: Leopoldo Rodrigues, o atual presidente e recandidato do Partido Socialista (PS), José Henriques pela Iniciativa Liberal (IL) e José Augusto Alves pela coligação SEMPRE Por Todos, que integra o SEMPRE – Movimento Independente, o PPD/PSD e o CDS-PP. O que se antecipa é um campo de batalha em que a população terá de escolher entre a continuidade da decadência ou a possibilidade de um novo início.

Comecemos pelo ponto de partida: o atual executivo socialista, liderado por Leopoldo Rodrigues. Se havia uma promessa de inovação, modernização e progresso, o que assistimos na prática foi um autêntico descalabro. Durante quatro anos, a gestão de Rodrigues não foi capaz de concretizar qualquer dos projetos que tanto propagandeou. Pelo contrário, a cidade foi-se afundando lentamente, uma promessa atrás da outra sem nunca se transformar em realidade. O que se viu? Obras paradas, fundos desperdiçados e, mais grave ainda, um total desinteresse pela melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Se o objetivo de qualquer executivo é deixar um legado de progresso, a administração socialista em Castelo Branco é o exemplo perfeito de como não gerir uma cidade. O número de promessas falhadas e de ações inconclusivas só aumentam a sensação de impotência, e a população parece, cada vez mais, farta de um líder que nada consegue cumprir.

Do outro lado da arena, surge José Henriques, da Iniciativa Liberal. Empresário na área farmacêutica e com uma carreira notável na liderança da Associação do Bairro da Boa Esperança, especialmente no desporto juvenil, Henriques aparece como uma proposta de renovação. A sua experiência, principalmente na gestão associativa, poderá ser uma lufada de ar fresco num cenário de total estagnação. No entanto, a grande questão é: será que a sua vivência empresarial e o trabalho no desporto são suficientes para responder aos complexos desafios de uma cidade que necessita urgentemente de uma gestão pública sólida? Henriques apresenta-se como um líder jovem, dinâmico, com uma visão para o futuro, mas a falta de experiência em governar uma autarquia poderá ser um entrave quando o momento exigir decisões difíceis e uma gestão competente dos recursos públicos.

Por último, temos José Augusto Alves, o candidato da coligação SEMPRE Por Todos, que combina o peso de uma carreira militar com uma passagem pela política local. Coronel reformado e atual Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, Alves tem uma bagagem sólida em termos de liderança, embora o seu histórico político em Castelo Branco tenha gerado mais dúvidas do que certezas. Foi Vice-Presidente da Câmara entre 2017 e 2020 e, depois, Presidente entre 2020 e 2021. No entanto, a sua breve passagem pela presidência não foi propriamente marcada por grandes feitos ou pela resolução dos problemas mais prementes da cidade. O que se espera agora de Alves é que consiga demonstrar que aprendeu com os erros do passado e que, desta vez, terá um plano de ação consistente e eficaz. Caso contrário, a sensação de mais do mesmo pode ser um golpe fatal para a sua candidatura.

No centro de tudo isto está a população de Castelo Branco, que, depois de quatro anos de promessas vazias, se vê a braços com uma cidade em declínio. O que está em jogo não é apenas a eleição de um novo presidente, mas a oportunidade de resgatar uma cidade que se perdeu no caminho da mediocridade. A gestão de Leopoldo Rodrigues mostrou ser incapaz de dar resposta às necessidades reais da população, e a cidade, aos poucos, vai perdendo a sua relevância no contexto regional e nacional. As questões fundamentais – emprego, saúde, educação, mobilidade e segurança – continuam a ser ignoradas, ou no máximo, tratadas com desinteresse.

O grande dilema, agora, é: quem será capaz de tirar Castelo Branco da lama? Será que José Henriques pode, com a sua visão empresarial, trazer a mudança que tanto se exige? Ou será José Augusto Alves, com a sua experiência política, a pessoa indicada para devolver a estabilidade à cidade? Ou, ainda, será que a continuidade do mandato socialista de Leopoldo Rodrigues pode ser justificada, apesar de tudo o que falhou?

As eleições autárquicas em Castelo Branco não são apenas uma escolha entre três candidatos. São uma escolha entre o marasmo de uma gestão falhada e a possibilidade de um novo começo. O que é certo é que a cidade já não pode continuar a ser governada com o receituário dos anúncios vazios e das promessas incumpridas. A hora de mudança chegou. Só resta saber qual dos candidatos será capaz de transformar essa mudança numa realidade palpável, capaz de devolver à cidade o seu brilho e, quem sabe, o seu futuro.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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