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Com Leão, ninguém come!

Ah Leão. O Edil deutério de Loures, capital do caracol, depois de um banho de fascismo e um acidente à direita, veio dizer a plenos pulmões que os labregos assaltantes, incendiários e meliantes dos bairros pobres iam todos p’ra rua. Adiantou que se os bandos e gangs de gentios morassem em “casas da Câmara” (estranha ideia… a casa não é das pessoas?), bem, se esses danados lá morassem, rua. Mais: se tiverem filhos, Loures tirava a comida da boca aos putos, porque seriam eles, decerto, os culpados pelos incendiários de autocarros.

Não se está mesmo a ver que são os putos de cinco e seis anos que, lá na Loures, se reúnem nas caves que são casinos ilegais, a urdir, qual Otelo, o próximo ataque aos seis caixotes de lixo? E que entregam tudo em “letra de máquina” aos pais e, pimba, lá vão uns com tochas e os do Leão com mangueiras, tudo a correr perigos?

Que saudades, Ricardo, de ver-te no Papódromo, ao lado dos pirosos, super-heróis e assessores pusilânimes, de língua de fora para lamber o Papa Francisco? Qual barqueiro do Trancão, esse rio que é lama, essa lama onde te foste agora deitar, a servir como o Ganges aos foliões crismados, que mostravam a pilinha à água e vai disto, que a próstata é novinha e faz arco de 45º graus, ainda.

O que foste fazer, Sepúlveda? Leão, desculpa. Atão tinhas ganho a Federação da Área Urbana de Lisboa, aquela que escolhe deputados em barda para enfiar socialistas e independentes na Assembleia da República, e sai-te essa frase-aborto sobre o destino dos papos-secos da Eurest? O despejo à cajadada? Mas leste, bom Ricardo, o programa do Pê Ésse? Este não. O de, vá, 1984? Ou o de 1995? Já nem falo nos outros, que de boas intenções está a Ericeira cheia.

Então aquilo diz-se? Não, Ricardo. Tu pensas pela tua cabeça, mas és um péssimo gestor. Olha bem: tinhas a ideia, as ideias, aliás, escrevias tudo no WhatsApp e mandavas ao florido aVentura, contra o “enviado” de 300 euros por MBWay. Ao menos não se perdiam as barbaridades e ainda metias uns trocos ao bolso.

Nota intermédia: o escriba conheceu, brevemente, o visado e só lhe tem apreço pessoal. Mas aqui nesta casa, que é pública, ainda a liberdade corre e, pimba, o cajado anda sempre pronto.

Ora esta quarta, enquanto Tump-tump ganhava as eleições da américa e entrava no cargo, o bom Ricardo dos despejos, que pensa que as casas são dele, propriedade própria (tal é o desvario de poder que ali vai), demitiu-se da tal Federação.

Suspeito que antes desta crónica chegar ao chumbo já ele se tenha ido da autarquia Lourense. E atrás virá um globo mais ou menos tarotizado a ver se trauteia uma tonalidade menos trauliteira.

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Os camaradas de partido, que há três semanas diziam dele mel coado, no corridinho das eleições internas, agora juram-lhe a morte e ameaçam um duelo em que Pedro Nuno usará um florete e Ricardo um peixe-espada.

Será tudo televisionado.

Arre…

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Jornalista, autor, (pré-agricultor).

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