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Confúcio e a Segunda Vida

Confúcio disse que temos duas vidas: a segunda começa quando olhamos para a frente e descobrimos que já só temos uma.

Na primeira, a mais longa, não existem, regra geral, escolhas: brincamos, estudamos e trabalhamos.

Na segunda vida, regra geral na reforma ou aposentação, quando nos apercebemos que “a carta de chamada” se aproxima, muitas vezes acomodado-nos, deixando passar o tempo, ou lamentamos os projetos que não chegámos a realizar.

Mas, continua o pensador, existe uma proposta alternativa. Em vez de vivermos presos em rotinas automáticas, ocupados com a busca incessante por aprovação ou sucesso, como se o tempo fosse infinito, adiando sonhos e desprezando oportunidades, preparemo-nos para a segunda e última vida. O segredo está em viver intensamente o presente, mas, cientes de que queremos que sobrem projetos para o futuro, devemos criar condições materiais, psicológicas e físicas para desfrutar dum tempo em que, embora já repletos de êxitos e fracassos, de dores e prazeres, ainda nos apeteça continuar a realizar sonhos.

A vida não deve ser balizada por idades, embora haja limitações objetivas que devem ser encaradas com realismo. Não existem vidas iguais (embora algumas sejam muito parecidas…), todos têm histórias e estórias para relembrar e muito para aprender. Confúcio sublinhava que este objetivo deve existir, mesmo que a pobreza, a falta de saúde ou outras limitações o tornem uma mera ilusão.

A ideia desta crónica surgiu do programa Linha da Frente da RTP1, onde esse objetivo seria resolvida através de bons investimentos financeiros. Existe mesmo um movimento designado F.I.R.E., iniciais de “Financial Independence, Retire Early” ou “Independência financeira”, que se apresenta como “uma tendência crescente no campo das finanças pessoais”. Surgido nos anos 90, este movimento tem ganhado força, especialmente entre a geração ‘millennial’, que trabalha num mercado cada vez mais global e digital, com novas formas de investimento ao seu alcance. A geração Y, também chamada geração do milênio, geração da internet, é um conceito sociológico que abrange os nascidos após o início da década de 1980 até, aproximadamente, a primeira metade da década de 1990. O objectivo é antecipar a reforma, p.ex, para os 50 anos.

Quando Confúcio criou o conceito das duas vidas, o mundo era completamente distinto do atual. No entanto, o pensamento aplica-se totalmente, até porque “há vida para além da Internet”, isto é, aplica-se, com as devidas adaptações, a toda a gente.

“A experiência é uma lanterna dependurada nas costas que apenas ilumina o caminho já percorrido.”, Confúcio dixit.

Já pensaram no que vão fazer na reforma, isto é, na altura que podem fazer o que muito bem vos apetecer?

Eu, desde há décadas que tento levar esta filosofia muito a sério…

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Joaquim Correia
Joaquim Correia
“É com prazer que passo a colaborar no jornal Regiões, até porque percebo que o conceito de “regiões” tem aqui um sentido abrangente e não meramente nacional, incluÍndo o resto do mundo. Será nessa perspectiva que tentarei contar algumas histórias.” Estudou em Portugal e Angola, onde também prestou Serviço Militar. Viveu 11 anos em Macau, ponto de partida para conhecer o Oriente. Licenciatura em Direito, tendo praticado advocacia Pós-Graduação em Ciências Documentais, tendo lecionado na Universidade de Macau. É autor de diversos trabalhos ligados à investigação, particularmente no campo musical

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