Pelo que vou lendo e ouvindo e pelas tomadas de posição que se vão sucedendo, parecem estar abertas as hostilidades.
Mais do mesmo quando precisamos mais de diferente. Mas tal como o caos está na origem da ordem, sabendo que estão em movimento perpétuo, os astros que se alinham, também se podem desalinhar, e essa desarrumação momentânea pode estar na origem de uma nova arrumação.
Sugere-se mais humildade, menos arrogância, menos autismo e mais diálogo, muito mais diálogo, partindo para a discussão ou debate de ideias, sem ter a necessidade pré-concebida de impor o seu ponto de vista ou que ele se sobreponha aos demais, porque aqueles que dialogam sem ouvir, não evoluem nem deixam evoluir.
Os princípios norteiam e são fundamentais, mas não podem ser dogmáticos nem inflexíveis. E mudar de opinião no decorrer de um debate de ideias, não é sinal de fraqueza, é sinal de perspicácia, de inteligência e de visão de quem coloca os interesses coletivos à frente dos interesses individuais. Pura utopia, bem sei, mas também sei que só é impossível até acontecer.
As coisas boas também se contagiam e não há maior argumento que a força do exemplo e do comportamento. Dizem-me que sou ingénuo, é complicado porque quanto mais se sobe, maior é a pressão que chega de todo o lado. Acredito que assim seja, mas também acredito que seja possível combater essa pressão provocada pelos grupos de interesse. Através da nobreza de carácter devidamente acompanhada pela qualidade da equipa.
É importante seguirmos o que nos diz a nossa consciência. É fundamental termos as nossas ideias e sermos fiéis à força do nosso pensamento. Mas é imprescindível cultivar a faculdade de ouvir, ouvindo todos sem preconceitos nem ideias preconcebidas, com a certeza que são as diferenças que nos indicam o caminho para sairmos da rotunda.
Estão abertas as hostilidades e cada um dará o que tem em função da gestão das suas prioridades. A genuinidade sofrerá alguns atropelos e as estratégias requentadas voltarão a repetir-se. Como sempre, haverá lobos a vestir peles de cordeiro e, como sempre, voltará a haver quem se deixe enganar. Mas no fundo, o importante é que ganhemos todos, ou pelo menos, a maioria de nós. É por isso que não me incomodo que as ideias continuem a ser copiadas, porque ao fazê-lo, limitam-se a reconhecer o mérito de quem o tem. E esse, meus amigos, é um dos maiores elogios que se podem receber.