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Governo divide para reinar nos Bombeiros Sapadores

Mais de 50% dos bombeiros sapadores, representados pelo Sindicato Nacional dos Sapadores, contestam o acordo assinado esta quarta-feira entre seis associações sindicais do sector e o Governo. Neste momento, segundo vários bombeiros contactados por ORegiões, vive-se no interior dos quartéis um sentimento de revolta contra os dirigentes sindicais que assinaram este acordo que não os valoriza em nada. Amanhã, quinta-feira, o SNBS reúne-se com o líder do PS

Governo divide para reinar nos Bombeiros Sapadores
Foto: ANTONIO P FERREIRA – Manuel Castro Almeida, ministro adjunto e da Coesão Territorial na audição na AR

Apesar do ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Castro Almeida, afirmar que o Governo fez “um bom acordo” com os bombeiros sapadores, o maior sindicato do sector, representando mais de 50% dos bombeiros sapadores, o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (que não assinou o acordo) garante que o Governo não fala verdade em relação aos valores dos aumentos e que assinou um acordo com seis sindicatos que representam “uma minoria” destes trabalhadores.

Ricardo Cunha garante que estes sindicatos assinaram uma proposta que não valoriza a carreira nem dá garantias para o futuro. “Nós quinta-feira, às 16 horas, vamos estar reunidos com o líder da oposição, o Dr. Pedro Nuno Santos”, disse, apelando a que o PS e que outros partidos políticos possam “remediar” no Parlamento a proposta que o Governo apresentou aos sindicatos.

O sindicato reivindica um suplemento de cerca de 300 euros, valor semelhante ao que foi atribuído às forças de segurança em 2024. E não descarta o regresso aos protestos. “Somos resilientes e vamos continuar a lutar, nem que seja junto da oposição, para tentar reverter essa injustiça”, disse aos jornalistas na semana passada à saída da reunião com o Governo.

Na parte salarial até estamos próximos, a diferença é de 52 euros, mas na parte do suplemento não estamos próximos, estamos a 100 euros”, explica Ricardo Cunha.

Na perspectiva de vários bombeiros contactados pelo ORegiões, este acordo, assinado pelos seis sindicatos, veio provocar uma cisão entre os bombeiros sapadores, vivendo-se nos quartéis um “ambiente muito pesado” com acusações de “traição” a muitos dirigentes sindicais. Ricardo Cunha, que lamenta a existência dessa cisão, espera que a unidade e a mobilização voltem a existir  quando começarem a luta das reformas, esperando que não seja necessário voltarem às “manifestações ruidosas” para conquistarem os seus direitos.

Acordo à medida

Mas voltemos ao acordo assinado esta quarta-feira com seis sindicatos, que prevê um aumento de 379 euros até 2027 no início de carreira.

O acordo prevê uma revisão da tabela remuneratória, que se vai processar de forma faseada entre janeiro de 2025 e janeiro de 2026, e a criação de um novo suplemento, designado por suplemento do bombeiro sapador, que será calculado sobre o vencimento base com um aumento faseado – 10% em 2025, 15% em 2026 e 20% em 2027, no caso dos praças.

Segundo o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), o acordo permite “uma significativa valorização das condições remuneratórias” e mantém as sete categorias da carreira de bombeiro sapador e as 35 horas semanais, afastando as potenciais 31,5 horas de trabalho suplementar por mês.

O acordo prevê ainda a criação de um suplemento de bombeiro sapador, pagando-se uma percentagem do salário base que vai aumentar progressivamente até 2027. Em 2025, praças e chefias recebem 10% do vencimento base; em 2026, praças recebem 15% e chefias recebem 12,5%; e, em 2027, os bombeiros na categoria de praça recebem 20%, enquanto os bombeiros em categorias de chefia recebem 15%.

Foi ainda acordada a progressão salarial automática “a partir de 2027 ou 2028” para todos os bombeiros com 10 anos de serviço. A progressão automática é de um escalão remuneratório, que o SNBP diz traduzir-se num “aumento salarial de 105€”.

O acordo foi assinado pelos sindicatos que apresentaram uma proposta conjunta – Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Sindicatos dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e Frente Comum – e pelo Sindicato Nacional da Proteção Civil (SNPC). Fora do acordo ficaram o Sindicato Nacional dos Bombeiro Sapadores (SNBS), o mais representativo, e o Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil.

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Alfredo Miranda
Alfredo Miranda
Jornalista desde 1978, privilegiando ao longo da sua vida o jornalismo de investigação. Tendo Colaborado em diferentes órgãos de Comunicação Social portugueses e também no jornal cabo-verdiano Voz Di Povo.

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