Há largos meses, numa das raras conversas com um amigo que muito estimo, ele “largou” um “se tu soubesses o que eu não sei, eras um génio!”.
Confesso que olhei para ele a tentar descobrir onde é que ele tinha escondido o meu verdadeiro amigo e só mais tarde entendi a verdadeira dimensão das suas palavras.
Com efeito o nosso conhecimento é limitado quando o comparamos com a imensidão que desconhecemos e, normalmente, são aqueles que mais sabem que têm uma atitude mais humilde perante esse conhecimento.
O contrário também é verdade e costuma manifestar-se de forma mais ostensiva. Aqueles que menos sabem gostam de mostrar o seu desconhecimento tentando mostrar que sabem mas mostrando invariavelmente que não sabem.
Voltando ao meu amigo e às nossas raras conversas, tenho que ter a humildade para afirmar que, apesar de raras, “regresso” sempre mais rico dessas nossas conversas.
Felizmente tenho mais amigos assim. Amigos que me “enriquecem” mas que me dão espaço para “enriquecer” à minha maneira. Amigos que partilham mas que não impõem. Amigos que me ensinam e que contribuem para diminuir a minha ignorância. Amigos que, acima de tudo, me ajudam a relativizar o meu conhecimento.
E enquanto assim for, estarei a aprender, mas consciente que por mais que aprenda, esse conhecimento será sempre infinitamente mais pequeno que o meu desconhecimento…
E, em síntese, continuarei a “assentar” a minha evolução nestes pilares: conhecimento e ignorância!