Continuam as Aventuras do Capitão América, o herói que vai salvar os EUA e seus amigos mais chegados, embora a Europa tenha de começar a contar menos com a salvação que vem do outro lado do Atlantico. A fascinante experiência europeia tem de encontrar caminhos que procurem a paz e auto-suficiência, “pensando pela sua cabeça” e deixando de servir os interesses do Tio Sam.
O Capitão América foi concebido como um super-herói patriótico, vestindo um traje inspirado na bandeira dos Estados Unidos.
Essa será a primeira grande característica da política de Trump: proteccionismo, os EUA acima de tudo e pronto a combater quem lhe possa fazer frente, daí considerar a China o inimigo principal. Logo depois vem o isolacionismo com o fecho de fronteiras, seja a nível económico (tarifas para as importações) ou social (controlar a emigração).
Ganhou Trump e temos um lunático narcisista protofascista ao comando do “pais mais democrático do mundo”. Que vai aumentar o apoio ao genocídio israelita e dar carta branca às loucuras de Elon Musk (rios de dinheiro nas descoberta do espaço, etc). As armas continuarão a circular livremente no país e muitas decisões estarão dependentes do que os magnatas judeus americanos impuserem.
Tudo é espetáculo, nos EUA vota-se em quem tem mais dinheiro para o seu show e repete promessas à exaustão, sempre enfeitadas com nacionalismo imperialista bacoco e mentiroso.
E quanto à guerra na Ucrânia? Imprevisível, mas não acredito que a solução para um conflito tão complexo esteja numa decisão unilateral dos EUA, seja ela qual for. A Rússia também vai querer entrar no jogo, mas não haverá dúvida de que a vida está complicada para Zlenski.
O Partido Democrata perdeu porque se fechou entre as elites californianas e enredou-se em lutas justas, como os direitos das mulheres e das minorias, mas esqueceu os problemas dos trabalhadores americanos, que têm vindo a ver a sua vida a piorar, apenas prometendo melhorar a classe média.
Uma última nota: As eleições presidenciais americanas evidenciam a imposição do maniqueismo. Vendidas como uma corrida a dois, a comunicação social dominante silencia os restantes candidatos. Talvez isso explique o facto do último presidente que não era nem democrata nem republicano tenha sido eleito em 1848.