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Líder da AIEA regressa ao Irão para pressionar Teerão sobre urânio enriquecido e acesso de inspetores

O diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, volta ao Irão esta quarta-feira para tentar retomar o diálogo com as autoridades iranianas sobre o programa nuclear do país, anunciou ontem a agência oficial iraniana IRNA. Esta visita surge num contexto de forte tensão, após a eleição de Donald Trump, e após anos de tentativas falhadas para reavivar o acordo nuclear de 2015, firmado entre o Irão e potências internacionais, incluindo os Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China.

Nos últimos anos, o Irão tem avançado significativamente no seu programa nuclear, alegando que os seus objetivos são pacíficos. No entanto, segundo a AIEA, o país aumentou consideravelmente as suas reservas de urânio enriquecido a 60% – um nível que se aproxima da marca de 90% exigida para a construção de armamento nuclear. Esta evolução gera receios entre as potências ocidentais, que temem que Teerão esteja cada vez mais perto de possuir a capacidade de fabricar uma bomba atómica.

Desde que assumiu a presidência em agosto, o reformista Massoud Pezeshkian tem sinalizado a sua vontade de retomar as negociações com vista ao restabelecimento do acordo nuclear. Grossi visitou o Irão pela última vez em maio, quando pediu medidas concretas para fortalecer a cooperação com a AIEA, mas, até à data, o Irão não permitiu o regresso dos inspetores anteriormente acreditados.

A situação das inspeções tem-se agravado desde 2021, quando o Irão restringiu severamente o acesso às suas instalações nucleares, desligando câmaras de vigilância e retirando a acreditação a inspetores estrangeiros, algo que a AIEA critica. Grossi deverá agora pressionar para garantir o retorno dos inspetores e restaurar o acesso aos locais de enriquecimento, num esforço para assegurar maior transparência do programa nuclear iraniano e evitar uma escalada na região.

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A visita de Grossi é vista como um esforço para avaliar a disposição de Teerão em permitir uma supervisão internacional mais efetiva e reiniciar o caminho diplomático que parece cada vez mais incerto.

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