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Militantes querem levar Vitorino a secretário-geral do PS

Pedro Nuno Santos deixa o cargo de secretário-geral do PS já no sábado, na sequência da Comissão Nacional, e será o presidente do partido, Carlos César, a assumir interinamente a liderança socialista. José Luís Carneiro e Mariana Vieira da Silva já disseram estar disponíveis para servir PS e pedem reflexão profunda e novo ciclo. Contudo, no horizonte perfila-se uma nova candidatura a de António Vitorino, que tem sido contactado pelo aparelho partidário e por dirigentes históricos para candidatar-se ao cargo de secretário-geral

O futuro continua em aberto, mas já há nomes em cima da mesa para assumir o vazio deixado por Pedro Nuno Santos, ao fim de um ano e meio de mandato. O antigo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que perdeu as diretas de 2023 para Pedro Nuno Santos, é um dos dirigentes socialistas que se diz disponível para se candidatar à liderança do PS. Mas, neste momento, está “a nascer” uma “vaga de fundo” que pretende “obrigar” António Vitorino a candidatar-se ao cargo de secretário-geral do PS. Esta não é primeira vez que Vitorino é desejado pelo aparelho socialista e por militantes históricos para ascender ao cargo de secretário-geral do PS.

De facto, em 2001, com a queda de António Guterres, Vitorino era o desejado pelo aparelho socialista para ascender ao cargo. Até Guterres, que tinha feito dele o seu número dois nos tempos de Governo, o via como sucessor. Vitorino terá sido sondado para avançar, mas recusou voltar à ribalta política.

Em 2004, Durão Barroso rumou à presidência da Comissão Europeia, Jorge Sampaio deu posse a Pedro Santana Lopes como primeiro-ministro e Eduardo Ferro Rodrigues deixou, em protesto, a liderança do PS. Vitorino foi novamente sondado, desta vez diretamente por Mário Soares. E recusou.

Para os militantes de base e para alguns dirigentes históricos do PS, António Vitorino é  o “médico” que os socialistas precisam para curar as feridas que foram provocadas pela “estrondosa” derrota eleitoral. Este foi o terceiro pior resultado da história do PS em termos de percentagem, tendo a marca só sido pior apenas em 1985, com Almeida Santos e, em 1987, com Vítor Constâncio.

Segundo algumas fontes contactadas pelo ORegiões, António Vitorino é o nome ideal para promover  “uma reflexão profunda” e abrir um novo ciclo, contribuindo para a estabilidade política e criando pontes de entendimento com outras forças políticas, uma vez que “o país está em causa”.

Os apoiantes de Vitorino lembram que ele foi quase tudo na política. E podia ter sido tudo o que lhe faltou ser. Foi deputado, secretário de Estado, secretário do Governo de Macau, juiz do Tribunal Constitucional, eurodeputado, ministro (por duas vezes) e comissário europeu. Faltou-lhe a liderança do partido, apesar de o partido ter suspirado por ele mais do que uma vez, e a disputa nunca concretizada pelo cargo de primeiro-ministro. E faltou-lhe uma corrida a Belém, que nunca aconteceu, nem quando foi desejado por José Sócrates para medir forças com Cavaco Silva, nem quando António Costa lhe deu o estatuto de “presidenciável” nas eleições que deram a vitória a Marcelo Rebelo de Sousa.

Na noite eleitoral, comentando a liderança de Pedro Nuno Santos no PS, António Vitorino disse que a política não é feita por robôs, é por seres humanos, e a primeira resposta tem de vir do próprio, deixando entreaberta a porta de uma provável candidatura ao cargo deixado vago por Pedro Nuno Santos.

De facto, o futuro continua em aberto, mas, para além de António Vitorino, já existem vários nomes em cima da mesa para assumir o vazio deixado por Pedro Nuno Santos, ao fim de um ano e meio de mandato.

Os outros candidatos

Entre os possíveis candidatos à liderança do PS está José Luís Carneiro. O antigo ministro da Administração Interna foi o primeiro socialista a chegar-se à frente, tendo considerado que o partido deve fazer “uma reflexão profunda” e abrir um novo ciclo, contribuindo para a estabilidade política.

“Como sempre, estarei disponível para servir o meu partido e para servir Portugal”, disse, numa nota enviada à comunicação social. João Soares e Augusto Santos Silva apoiam José Luís Carneiro na candidatura à liderança do PS.

Augusto Santos Silva, ex-presidente da Assembleia da República, sublinha que não se quer “antecipar” ao “que a Comissão Nacional vai discutir no sábado”. “O que eu digo é que um PS fraco e um PS em convulsão não é do interesse de ninguém, a não ser a extrema-direita. Portanto, nós precisamos de um PS forte, com cabeça fria, com tempo para se reorganizar”, frisou Santos Silva, que é atualmente membro da Comissão Política do Partido Socialista, que acrescentou ainda que foi um dos apoiantes de José Luís Carneiro na disputa interna em dezembro de 2023. E não vejo nenhuma razão para mudar de opinião”.

João Soares, filho do fundador e líder histórico do PS Mário Soares, que foi presidente da Câmara de Lisboa e ministro da Cultura, defende que se devia “desencadear já o processo de escolha do líder do partido”. E nesse quadro (…) eu apoiarei José Luís Carneiro”.

Fernando Medina, ex-ministro das Finanças e antigo presidente da CML é, de acordo com o Jornal de Negócios, um outro nome falado entre os socialistas para assumir o cargo de secretário-geral. Contudo, ainda não se manifestou quanto a uma eventual candidatura.

“Temos que ter tempo de reflexão e respeito pelo secretário-geral em funções pela campanha dura e resultado muito doloroso. Não me irei pronunciar nos próximos dias, creio que ainda não é o tempo. No dia a seguir às eleições, ainda há muita coisa a digerir”, disse, em declarações à Renascença.

Mariana Vieira da Silva, antiga ministra da Presidência, em relação a uma eventual candidatura, assumiu: “Nunca excluí, mas isso não significa que a notícia seja ‘Mariana Vieira da Silva não exclui’. Estou disponível a ajudar o PS das mais diversas formas, a encontrar um caminho que seja de união.”

Já Daniel Adrião, por quatro vezes candidato a secretário-geral no período das lideranças de António Costa e Pedro Nuno Santos, considera que “o PS está, neste momento, em estado de exceção” e, por isso, deve fazer uma reflexão e concentrar-se nas autárquicas antes de escolher um novo líder.

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Alfredo Miranda
Alfredo Miranda
Jornalista desde 1978, privilegiando ao longo da sua vida o jornalismo de investigação. Tendo Colaborado em diferentes órgãos de Comunicação Social portugueses e também no jornal cabo-verdiano Voz Di Povo.

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