José Ramos-Horta, Presidente de Timor-Leste, homenageou esta quinta feira, em Díli, oito jornalistas portugueses, em reconhecimento pelo papel decisivo que desempenharam na divulgação da resistência timorense durante o processo de independência. A cerimónia de condecoração, inserida nas comemorações dos 25 anos do referendo pela autodeterminação, teve lugar no Palácio Presidencial Nicolau Lobato.
Os jornalistas distinguidos pertencem à Lusa, SIC, RTP e Rádio Renascença. Paulo Nogueira, Pedro Sousa Pereira e Fernando Peixeiro, da agência Lusa; Pedro Miguel Duarte Costa e Silvestre Bento Rodrigues, da SIC; António Pedro Valador, da RTP; e Pedro Manuel Mesquita e José Luís Ramos Pinheiro, da Rádio Renascença, receberam o Grau Medalha da Ordem de Timor-Leste. Esta honraria é reservada a personalidades que contribuíram significativamente para a paz e estabilidade do país.
No decreto presidencial, Ramos-Horta sublinhou a importância do trabalho destes profissionais, afirmando que “foram capazes de divulgar ao mundo a resistência e o sofrimento do povo de Timor-Leste e a sua vontade de autodeterminação”. O Presidente enalteceu ainda o facto de os jornalistas portugueses terem sido fundamentais para que a voz do povo timorense fosse ouvida a nível global, ajudando a captar a essência da luta pela liberdade que culminou na independência do país.
José Ramos Pinheiro, um dos jornalistas condecorados, referiu que a resistência timorense foi uma realidade imposta ao cenário internacional pela dedicação de poucos jornalistas, contrariando a agenda mediática global. Segundo ele, esta condecoração reflete o reconhecimento do impacto positivo do jornalismo na construção da história de Timor-Leste.
Paulo Nogueira, da Lusa, destacou que os verdadeiros heróis são os timorenses, que resistiram com coragem durante 24 anos, enfrentando uma repressão violenta. Ele frisou que a luta pela independência foi travada pelo povo timorense, enquanto os jornalistas apenas cumpriram o seu dever de informar.
O referendo de 30 de agosto de 1999 marcou um ponto de viragem na história de Timor-Leste, com a maioria da população a escolher a independência face à ocupação indonésia. A violência que se seguiu, perpetrada por milícias pró-indonésias, deixou o país devastado, exigindo a intervenção das Nações Unidas para restaurar a ordem e estabelecer um governo de transição, até à proclamação da independência em 20 de maio de 2002.
A homenagem aos jornalistas portugueses sublinha a importância da liberdade de imprensa e do papel fundamental dos media na luta pelos direitos humanos e pela autodeterminação dos povos. A noticia foi avançada esta quinta feira em Macau pelo jornal HOJE MACAU.
