O candidato do PS à Presidência do Governo Regional da Madeira Paulo Cafôfo garante que depois das eleições o Partido Socialista está disponível para falar com todos os partidos, à exceção do PSD e do Chega. Já o líder social democrata e recandidato Miguel Albuquerque diz que se perder no domingo (23 de março) vai saber interpretar os resultados, mas apela aos madeirenses para lhe darem a “maioria para governar”, para não ficar dependente de apoios de outras forças partidárias. De antemão, o PSD sabe que só conta com o apoio da Iniciativa Liberal se afastar o atual presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.

O presidente do Governo Regional é novamente o cabeça de lista do PSD Madeira às eleições regionais, mas, à partida, sabe que se não tiver uma maioria absoluta não conta com os restantes partidos à direita para formar Governo. Aliás, o IL, pela voz do seu líder nacional, Rui Rocha, já garantiu que só apoiará um Governo minoritário do PSD se Miguel Albuquerque for afastado.
Com a campanha eleitoral em andamento, Paulo Cafôfo,do PS, pede aos eleitores “a oportunidade de fazer a mudança” e de “resolver os problemas que o PSD não tem sido capaz de resolver”. O mesmo pede Miguel Albuquerque que considera fundamental para o futuro da Madeira que o PSD obtenha uma maioria. O líder do PSD da Madeira não fala em maioria absoluta, mas num resultado que lhe permita governar.
Já Paulo Cafôfo mantém a confiança de que o PS vai chegar ao poder e garantiu que não vai sanear dirigentes ou funcionários da administração pública regional. Ao votar noutros partidos, adverte Paulo Cafôfo, “acaba por haver” dispersão na qual “se desperdiça a oportunidade de fazer a mudança”.
“A mudança só pode acontecer com o Partido Socialista, convergindo os votos nos Partido Socialista, de modo a que tenhamos nós oportunidade (…) de poder governar a Madeira, de fazer melhor e de resolver os problemas que o PSD não tem sido capaz de resolver”, afirmou aos jornalistas, no início da campanha eleitoral.
Numa campanha que conta com 14 candidaturas no “terreno”, mas apenas três com mulheres como cabeças-de-lista (Mónica Freitas volta a dar a cara pelo PAN e Marta Sofia pelo Livre. Raquel Coelho está à frente da coligação Força Madeira, que junta o PTP, o MPT e o RIR), o candidato do PS à Presidência do Governo Regional da Madeira garante que depois das eleições o Partido Socialista está disponível para falar com todos os partidos, à exceção do PSD e do Chega. Já o líder social democrata e recandidato Miguel Albuquerque diz que se perder no domingo vai saber interpretar os resultados.
Quanto a coligações, excluindo o Chega e o PSD, Paulo Cafôfo admitiu que “todos os outros partiddos terão de fazer parte de uma solução que pode ser múltipla, pode ser uma coligação no governo ou de incidência parlamentar e apoio parlamentar”.
“O que é importante é que não continuemos nisto, neste impasse onde temos eleições quase de seis em seis meses com um governo a prazo”, concluiu o líder regional socialista.
Neste aspecto, os dois principais lideres politicos pensam o mesmo. Miguel Albuquerque é claro ao afirmar que a Madeira precisa “de um Governo para quatro anos, um orçamento aprovado e um programa de Governo aprovado”, recordando que o PSD sempre venceu as eleições na Madeira e que a atual “lei eleitoral é muito complicada para a constituição de maiorias”.
À política o que é da justiça…
Todavia, como era de esperar e, apesar, de todos os candidatos defenderem: ” à justiça o que é da justiça e à política o que é da politica”. O facto de Miguel Albuquerque estar indiciado de oito crimes, incluindo corrupção activa e passiva, o que justificou a sua constituição como arguido, tem sido o tema principal desta campanha eleitoral.
Paulo Cafôfo já lamentou o que considera ser um “sentimento de impunidade” na região. “Nós temos algo inédito. Temos um Governo com o presidente e membros arguidos que continuam em funções como se nada fosse. Espero que a justiça possa atuar, mas também que o povo possa atuar. Há um sentimento de impunidade relativamente a quem exerce o poder, mas julgo que os madeirenses estão a perceber”, insiste.
Por seu turno, Miguel Albuquerque diz estar confiante que o eleitorado madeirense se apercebeu que o Governo Regional foi derrubado, devido a “alucinações e narcisismo” de dirigentes dos partidos da oposição.
“Os madeirenses estão cientes que este Governo foi derrubado sem qualquer razão ou fundamento para a realização das alucinações e o narcisismo de meia dúzia de dirigentes partidários da oposição”, declarou o líder social-democrata numa ação de campanha, na zona da Ajuda.
Segundo o candidato social-democrata, “isso é uma irresponsabilidade”, porque a Madeira neste momento está “sem orçamento e sem Governo e o processo de crescimento económico pode ser posto em causa”.
Recorde-se que foi a aprovação de uma moção de censura (a primeira vez que tal aconteceu na Região Autónoma) que implicou, segundo o Estatuto Político-Administrativo da Madeira, a demissão do Governo Regional e a permanência em funções até à posse de uma nova equipa.