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Gabriel Attal, abertamente gay, é o primeiro-ministro mais jovem da França

Gabriel Attal foi nomeado primeiro-ministro pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, um dia depois da demissão de Elisabeth Borne. Aos 34 anos, Attal é o primeiro-ministro mais novo na história recente de França. Gabriel Attal, que é o primeiro chefe do governo assumidamente homossexual, era um dos ministros de maior confiança de Macron

Gabriel Attal, abertamente gay, é o primeiro-ministro mais jovem da França
Foto: Portuguese – Élisabeth Borne apresentou a demissão

Gabriel Attal tomou posse esta esta terça-feira como o novo primeiro-ministro de França, depois de Élisabeth Borne ter apresentado a demissão. Attal era considerado um sucessor natural da primeira-ministra, tendo já assumido vários cargos públicos governativos, nomeadamente o de porta-voz do executivo.

A nomeação de Attal, que desempenhava até agora o cargo de ministro da Educação, não é propriamente uma surpresa, uma vez que o seu nome já vinha sendo avançado pela imprensa francesa. Attal é um dos ministros mais populares do Governo e a sua promoção faz parte dos esforços de Macron para revitalizar a sua governação.

A juventude de Attal tem sido sublinhada pela imprensa francesa, que refere que até agora o mais jovem primeiro-ministro da 5.ª República tinha sido Laurent Fabius, com 37 quando foi nomeado por François Mitterrand em 1984.

Será o quarto chefe de governo no mandato de Macron, o segundo desde a sua reeleição em Maio de 2022, para além dos dois do primeiro mandato: Edouard Philippe, de 2017 a 2020, e Jean Castex até 2022.

Relançar imagem do executivo

O primeiro desafio de Attal será relançar a imagem do executivo na segunda metade do quinquénio de Macron, num ano-chave com a celebração dos Jogos Olímpicos e as eleições europeias, depois de a estabilidade do executivo ter sido seriamente afetada por lutas constantes no Parlamento, onde foram apresentadas cerca de 30 moções de censura.

A reforma das pensões e, mais recentemente, a lei que modifica uma série de políticas migratórias – ainda pendentes de revisão pelo Conselho Constitucional – acabaram por pesar sobre o Governo e, em particular, sobre a primeira-ministra cessante, Elisabeth Borne.

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Na cerimónia de tomada de posse, na tarde desta terça-feira, Attal disse ter o objectivo de “transformar” a economia, a fim de “libertar o potencial francês”, e manifestou o interesse em reunir-se ainda nesta semana com “as forças vivas do país”. “Demasiados franceses duvidam do nosso país, duvidam de si próprios ou do nosso futuro. Penso particularmente na classe média, que se levanta todas as manhãs para ir trabalhar e por vezes não consegue chegar ao fim do mês”, declarou Attal.

Sarar feridas

O novo primeiro-ministro afirmou ainda que deposita “toda a fidelidade em Emmanuel Macron” e agradeceu-lhe pela confiança. Logo a seguir à tomada de posse, Attal viajou até à região de Pas-de-Calais, no Norte de França, que tem sido afectada por inundações nos últimos dias.

Um dos principais desafios de Attal é o de sarar as feridas abertas pelas medidas controversas dos últimos meses a tempo de conter o crescimento da extrema-direita, que se perfila para obter um resultado robusto nas eleições europeias deste ano.

O favorito dos franceses

Antes de se filiar no partido centrista de Emmanuel Macron, agora chamado de Renascimento (Renaissance), Attal era membro do partido socialista.

Nascido em 1989, será o mais novo primeiro-ministro francês e o primeiro abertamente homossexual. Na rede social X, o presidente francês sublinhou a energia de Attal, com a qual diz contar para o projeto de “regeneração” que anunciou.

Segundo o Le Figaro, era o favorito nas sondagens para suceder a Élisabeth Borne, que sai após a aprovação da polémica lei que endureceu as leis da imigração em França.

A renúncia de Borne abriu caminho a uma remodelação, promovida por Macron, para dar novo ímpeto à governação.

Em ano de Jogos Olímpicos em Paris e, sobretudo, de eleições europeias, o chefe de Estado francês quer oferecer um balão de oxigénio ao Governo e à sua própria liderança, numa altura em que a União Nacional, de Marine Le Pen, lidera as sondagens.

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