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Já existem 20 candidatos a “morar” em Belém

Ainda não há candidatos oficiais, mas a lista de candidatos a candidatos à corrida presidencial de 2026 continua a crescer. Já vamos em 20 potenciais candidatos. Paulo Portas foi um dos últimos nomes a surgir na já enorme lista de supostos candidatos ao cargo de Marcelo Rebelo de Sousa. Se a candidatura de Ventura era mais ou menos esperada, a de Henrique Gouveia e Melo já não surpreenderá ninguém quando surgir formalmente. Mas entre tabus e calendários políticos, medem-se os apoios à esquerda e à direita.

A psicóloga Joana Amaral Dias, apoiada pelo Alternativa Democrática Nacional, também André Pestana, coordenador do sindicato dos professores STOP, Tim Vieira, empresário e investidor, conhecido pela participação televisiva no programa “Shark Tank”, e agora André Ventura, são os primeiros dos 20 candidatos a candidatos à Presidência da República a manifestarem a sua vontade em “morar” no Palácio de Belém.

As eleições presidenciais só acontecem em janeiro de 2026, mas, até lá, há muito a acontecer na vida política portuguesa, durante o ano que começou. Os eventuais candidatos à Presidência da República vão deixando as portas entreabertas, avaliando apoios e analisando as sondagens para medir as hipóteses que têm para a corrida de Janeiro de 2026.

Enquanto o PS – que não apoia formalmente um candidato desde 2011 – está superpovoado de potenciais candidatos, à direita são menos os nomes que surgem com aspirações presidenciais.

À esquerda, para as bandas do Largo do Rato, afastados que estão os nomes de António Costa e António Guterres, surgem nomes como Mário Centeno, António José Seguro, Ana Gomes, António Vitorino, Santos Silva e agora, em alguns mentideros socialistas, fala-se no eventual regresso do professor Sampaio da Nóvoa.

De facto, neste momento existem várias movimentações à esquerda para levar Sampaio da Nóvoa a Belém. O ex-candidato não excluiu uma nova candidatura presidencial. Entre “alguma esquerda”, o nome é apontado como uma possibilidade, que aumenta se Mário Centeno for o candidato apoiado pelo PS.

Por seu lado, António Costa sempre afastou esse caminho e agora com a sua ida para o Conselho Europeu, o antigo primeiro-ministro dificilmente aceitará candidatar-se à Presidência da República. Já o mandato de António Guterres na Organização das Nações Unidas (ONU) também só termina depois dos portugueses serem chamados a votos e parece difícil de acreditar que o Secretário Geral da ONU interrompa o mandato para se disponibilizar a substituir Marcelo Rebelo de Sousa.

O PCP e o BE, como manda a tradição, vão apresentar candidatos próprios para aproveitarem os tempos de antena e desfrutar dos debates televisivos para exporem as suas ideias e “continuarem a combater a política de direita” do Governo de Luís Montenegro.

Dos lados de São Caetano à Lapa, sede do PSD, a situação não é muito distinta e, a conta-gotas, lá vão surgindo alguns nomes do centro-direita: Marques Mendes foi uma das primeiras personalidades a revelar que admitia avançar para Belém, em agosto de 2023, remetendo agora uma decisão para o próximo ano.

Pedro Santana Lopes admitiu, entretanto, o interesse numa candidatura caso as sondagens fossem favoráveis, o que não aconteceu, e afastou o cenário, enquanto o atual presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, não excluiu essa possibilidade, apenas repetindo que ainda não é o momento de a abordar.

A estes nomes, soma-se o do anterior líder do PSD, Rui Rio, que não exclui categoricamente uma eventual candidatura, a que acresce o nome frequentemente citado de Pedro Passos Coelho, que, já em dezembro, reiterou que quer continuar fora da política.

Das fileiras do PSD surgiu, entretanto, um outro nome: o de Carlos Moedas que, segundo avançou o jornal Tal&Qual, seria “apadrinhado” por Marcelo Rebelo de Sousa.

Mas para complicar ainda mais a vida a Montenegro “apareceu” agora a hipótese de Paulo Portas, que continua a ponderar uma candidatura a Presidente da República, havendo dirigentes do CDS que salientam o carácter excepcional de existirem candidatos presidenciais dos dois parceiros da Aliança Democrática. Há 30 anos que os dois partidos têm apoiado os mesmo candidatos presidenciais. A excepção foi em 1991, quando o então presidente do PSD Cavaco Silva apoiou a recandidatura de Mário Soares e o CDS apoiou Basílio Horta, actual presidente da Câmara Municipal de Sintra.

Ainda à direita, Rui Rocha, líder do IL, admite que o partido poderá apresentar um candidato próprio, defendendo que “o partido é rico em quadros que são capazes de apresentar essa solução para a Presidência da República”. Portanto, estamos muito tranquilos e a seu tempo falaremos de coisas mais concretas”.

Contudo, não afasta a ideia de poder vir a apoiar uma pessoa “de fora”, porque “há muitas pessoas na sociedade que podem incorporar a nossa visão liberal”, sem querer adiantar nomes, e voltou a dizer que, “dos candidatos que têm estado mais presentes, mais a ser comentados e a mostrar intenção de se candidatarem, não há nenhum que a IL possa reconhecer como tendo essa visão liberal”.

Gouveia e Melo: uma pedra no sapato do PSD e do PS

Fora do espectro partidário, e que tem causado alguns engulhos ao PS e PSD, por poder originar a fuga de muitos eleitores socialistas e sociais-democratas, surge a eventual candidatura do almirante Henrique Gouveia e Melo.

Depois de ganhar protagonismo nacional como coordenador da equipa responsável pelo plano de vacinação nacional contra a covid-19, o almirante tem sido apontado pelas sondagens como o principal favorito na corrida a Belém.

O ex-Chefe de Estado Maior da Armada, apontado como preferido para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa, não descartou, esta sexta-feira, uma eventual candidatura, mas primeiro quer aproveitar umas “merecidas férias” e, “depois, logo se vê”.

Gouveia e Melo, que neste momento está na reserva, tem o caminho livre para se candidatar à Presidência da República, uma ambição que, sem nunca ter assumido claramente, foi alimentando nas suas intervenções públicas.

Uma parte do eleitorado socialista e social-democrata vê com bons olhos a eleição do almirante Henrique Gouveia e Melo para Presidente da República, o que assusta os dirigentes do PS e do PSD.

O presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, afastou a possibilidade de apoiar uma eventual candidatura presidencial do almirante Henrique Gouveia e Melo, lembrando que já tinha assumido que queria um militante do partido para concorrer às presidenciais.

“Sobre as eleições presidenciais, como presidente do PSD estou vinculado a uma moção de estratégia que apresentei ao último congresso e na qual preconizamos uma candidatura no nosso espaço político, preferencialmente, um militante nosso, e é isso que vamos fazer”, declarou Luís Montenegro.

Almirante “o desejado”

Sem candidaturas apoiadas por PSD e PS até ao momento, os nomes que mais rivalizam com o almirante são todos de pessoas que não entram na corrida a Belém. O almirante é o preferido dos portugueses para suceder a Marcelo na Presidência da República.

Numa sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF, JN e O Jogo, o até há pouco tempo chefe do Estado-Maior da Armada é quem reúne as preferências, ficando à frente de figuras que ainda não abriram o jogo quanto a uma candidatura, mas também de outras pessoas que estariam potencialmente bem colocadas.

Apesar de o próprio Gouveia e Melo ainda não ter confirmado a candidatura, o homem que coordenou a campanha de vacinação contra a covid-19 em Portugal fica à frente de outras 18 personalidades, das quais se destacam os antigos primeiros-ministros António Guterres, Pedro Passos Coelho e António Costa, mas também de putativos candidatos como Mário Centeno ou Luís Marques Mendes.

De resto, tendo em conta que Guterres, Passos Coelho e Costa não vão avançar para Belém (há dúvida sobre o segundo, mas tudo indica que não), Gouveia e Melo fica ainda mais perto de se tornar o próximo chefe de Estado.

Tendo em conta que se desconhecem ainda os candidatos ao cargo – só André Ventura, Joana Amaral Dias e André Pestana oficializaram candidaturas – a sondagem dividia-se em quatro respostas: votaria de certeza; talvez votasse; jamais votaria; não conhece o candidato / não consegue ou não quer avaliar o candidato.

Neste cenário, Gouveia e Melo obteve 28% no “votaria de certeza”, um número só igualado por António Guterres, que continuará como secretário-geral das Nações Unidas até ao final de 2026 e não pode, por isso, ser candidato. Ainda assim, há mais pessoas que “talvez votassem” no almirante (29%) do que no antigo primeiro-ministro (26%).

A diferença vai-se esbatendo com os outros candidatos. Passos Coelho reúne 23% de pessoas que votariam nele de certeza, enquanto António Costa tem 22% na mesma resposta.

Para finalizar o top 5, e aparecendo aqui aquele que pode ser um dos grandes concorrentes de Gouveia e Melo (caso se confirmem as candidaturas), o atual governador do Banco de Portugal recebe 17% na resposta “votaria de certeza”. Há ainda 26% das pessoas que admitem votar em Mário Centeno.

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Alfredo Miranda
Alfredo Miranda
Jornalista desde 1978, privilegiando ao longo da sua vida o jornalismo de investigação. Tendo Colaborado em diferentes órgãos de Comunicação Social portugueses e também no jornal cabo-verdiano Voz Di Povo.

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