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“Temos cinco anos” para salvar o planeta: alerta da WWF sobre o futuro da Terra

O futuro do planeta está em jogo, e as ações tomadas nos próximos cinco anos serão decisivas para determinar o destino da vida na Terra. Este é o aviso contundente da organização ambientalista World Wide Fund for Nature (WWF) no seu relatório anual “Índice Planeta Vivo”, que alerta para a urgência de mudanças profundas nos sistemas alimentares, energéticos e financeiros globais

Segundo a WWF, o planeta está à beira de pontos de rutura que, se atingidos, podem desencadear uma degradação irreversível da natureza e do clima. “Temos cinco anos para colocar o mundo numa trajetória sustentável antes que as reações negativas da degradação da natureza e das alterações climáticas combinadas nos coloquem na encosta descendente de pontos de rutura descontrolados”, afirma a organização.

O sistema alimentar no centro da crise ambiental

Um dos principais alvos do relatório é o atual sistema alimentar global, descrito como “intrinsecamente ilógico”. A produção de alimentos, destaca o relatório, é um dos maiores motores de destruição da natureza. O setor utiliza 40% de toda a terra habitável, é responsável por 70% do consumo de água doce e gera mais de um quarto das emissões de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, falha em fornecer a nutrição necessária para todos.

A WWF defende que uma transformação radical no setor alimentar é essencial para inverter o curso da degradação ambiental. Isso inclui a redução do consumo de carne, o aumento do consumo de vegetais, o combate ao desperdício de alimentos e a promoção de métodos de produção que respeitem a natureza.

Pontos de rutura perigosos à vista

O relatório da WWF alerta também para os pontos de rutura iminentes em diferentes regiões do planeta, que poderão ter consequências catastróficas. Entre eles, estão a mortalidade em massa dos recifes de coral, essenciais para a pesca e a proteção contra tempestades, e a destruição contínua da floresta amazónica, um dos maiores armazenadores de carbono do mundo. Caso essas áreas cheguem ao colapso, os impactos climáticos serão devastadores, com alterações no regime de chuvas e um aumento exponencial das emissões de carbono.

Outro exemplo preocupante é o colapso da corrente circular no Atlântico Norte, que poderia alterar drasticamente o clima na Europa e América do Norte. Além disso, o derretimento das camadas de gelo na Gronelândia e na Antártida levaria a uma elevação drástica do nível do mar, afetando milhões de pessoas em áreas costeiras.

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Energia e finanças: motores da transição

Além da alimentação, o setor energético também é apontado como um dos maiores responsáveis pelas alterações climáticas. A WWF defende que uma transição rápida e justa para energias renováveis é vital para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Nos próximos cinco anos, é necessário triplicar a produção de energias renováveis, dobrar a eficiência energética e eletrificar de 20 a 40% da frota de automóveis.

A transformação do sistema financeiro é outro pilar da mudança. O relatório destaca que mais de metade do Produto Interno Bruto (PIB) global depende dos serviços oferecidos pela natureza. No entanto, os sistemas económicos atuais praticamente ignoram o valor da natureza, resultando na exploração insustentável dos recursos naturais. A WWF calcula que, redirecionando apenas 7,7% dos subsídios e incentivos que alimentam as crises climáticas e ambientais, seria possível financiar soluções sustentáveis que beneficiariam tanto o clima quanto o bem-estar humano.

O futuro ainda está em nossas mãos

O relatório da WWF sublinha que, apesar do cenário alarmante, ainda existem soluções viáveis. A conservação tem mostrado resultados positivos em várias regiões, onde esforços locais ajudaram a estabilizar ou até aumentar populações de espécies ameaçadas. Contudo, para que o planeta possa continuar a sustentar a vida, será necessária uma colaboração global sem precedentes, que respeite os direitos humanos e a biodiversidade.

A mensagem é clara: o tempo para agir está a esgotar-se, e as decisões tomadas agora irão definir o curso das próximas gerações.

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