Uma das empresas responsáveis por um dos projetos de centrais fotovoltaicas no concelho de Évora comprometeu-se com a Câmara Municipal a adotar medidas para mitigar os impactos ambientais da infraestrutura. O presidente do município, Carlos Pinto de Sá, anunciou que a empresa Hyperion Renewables assumiu a responsabilidade de apresentar um conjunto de soluções destinadas a reduzir os efeitos negativos da instalação.
Em reunião recente, os promotores recusaram diminuir a área do projeto, mas admitiram dispersar a localização das estruturas para mitigar os impactos. Além disso, comprometeram-se a seguir recomendações do Estudo de Impacto Ambiental. A autarquia aguarda a entrega de um documento formal com essas propostas.
Durante o mesmo encontro, foi discutida a instalação de uma torre de 100 metros para testes eólicos na freguesia de Torre de Coelheiros, por parte da Hyperion. A torre será usada para verificar o potencial eólico da área durante um ano, com a possibilidade de instalar turbinas eólicas, caso os resultados sejam positivos.
A decisão final sobre a autorização desta torre cabe às autoridades competentes, com a Câmara Municipal a emitir apenas um parecer.
Os dois projetos de centrais solares, desenvolvidos pela Hyperion Renewables e pela IncognitWorld 3, para a freguesia de Graça do Divor, têm sido alvo de contestação por parte de uma plataforma cívica que alerta para os possíveis “danos irreversíveis” na paisagem e qualidade de vida local. O grupo “Juntos pelo Divor” apresentou um memorando à Assembleia da República, apelando à suspensão dos processos de licenciamento e sugerindo a relocalização das centrais, propondo compensações económicas aos promotores como contrapartida.
A Câmara de Évora já manifestou a necessidade de mais informação e negociações, face à sensibilidade da área envolvida, reforçando a urgência de maior transparência neste processo.
Os projetos preveem a instalação de centenas de milhares de painéis solares, ocupando uma vasta área de cerca de 650 hectares, o que tem gerado apreensão entre os habitantes e agentes turísticos locais.