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Isabel dos Santos Reafirma Disponibilidade para Colaborar e Nega Fuga da Justiça Angolana

A empresária angolana Isabel dos Santos, residente no Dubai, reiterou ontem a sua disponibilidade para colaborar com a justiça num processo em que é acusada de 12 crimes relacionados com a sua gestão na petrolífera estatal angolana Sonangol. Num comunicado divulgado esta sexta-feira, a filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos negou ser uma “fugitiva da Justiça” e reafirmou que sempre esteve localizável e aberta a prestar esclarecimentos.

As declarações de Isabel dos Santos surgem em resposta a afirmações recentes do Procurador-Geral da República de Angola, Hélder Pitta Groz, feitas durante uma visita a Portugal, onde afirmou que o pedido de detenção internacional de Isabel dos Santos foi emitido há mais de um ano e que as autoridades aguardam que o Dubai cumpra a ordem. O procurador acrescentou que Isabel dos Santos poderia dissipar as alegações de natureza política sobre o processo se se colocasse “à disposição dos órgãos de justiça de Angola”.

No comunicado, Isabel dos Santos contesta as afirmações do procurador, sublinhando que “não está, nem nunca esteve, em parte incerta”. Segundo a empresária, as autoridades angolanas sabem da sua morada há mais de ano e meio, o que, segundo ela, comprova que não se encontra em fuga. Isabel dos Santos defende ainda que a sua acusação é de ordem política, mencionando que outros membros do Conselho de Administração da Sonangol, e até empresas consultoras envolvidas na reestruturação da petrolífera, não foram investigados nem alvo de medidas semelhantes.

A defesa de Isabel dos Santos tem sublinhado que a empresária enfrenta restrições há mais de quatro anos, incluindo o congelamento de contas bancárias, a proibição de exercer atividades profissionais e de viajar, e o bloqueio das suas participações em empresas. Para a defesa, este quadro impede Isabel dos Santos de ter acesso aos processos judiciais ou de apresentar provas que considera essenciais para refutar as acusações.

O caso de Isabel dos Santos ganhou projeção mundial em 2020 com a publicação do “Luanda Leaks”, uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação que expôs documentos alegando desvios financeiros significativos através de paraísos fiscais, beneficiando Isabel dos Santos e o seu falecido marido, Sindika Dokolo.

A empresária, outrora considerada a mulher mais rica de África, reafirma que não lhe têm sido dados os direitos fundamentais para uma defesa justa e questiona o tratamento desigual por parte da justiça angolana. Isabel dos Santos argumenta que, se o processo não tivesse motivação política, os outros envolvidos na administração e reestruturação da Sonangol teriam sido alvo de investigações e detenções similares.

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