As filas, diariamente ao longo de quilómetros, circundavam o Grand Palais, para entrarem na exposição internacional PARIS PHOTO 2024, para verem milhares de “instantes fotográficos”, captados em todo o mundo, no fio do tempo.
Numa associação da fotografia, da moda e do surrealismo, o certame, este ano, que terminou e esteve aberto ao público apenas três dias, foi uma festa de vários estilos e técnicas.
Mostrou como o trabalho e o lazer se interligam na modelação da identidade, do sentimento de pertença, de comunidade e do seu sentido.
O evento, na vigésima sétima edição, sempre com densa frequência de visitantes, na maioria já com bilhetes comprados online, mostrou o retrato, o neorrealismo, a reportagem de guerra, a fantasia, o erotismo e, acima de tudo, o surrealismo. Reuniu as galerias e editoras internacionais mais reputadas da fotografia contemporânea e moderna.
Sob o tema geral “Chère vie”, a exposição dividiu-se por quatro zonas: “Cher Monde”, “Cher Temp”, “Cher Amis” e “Cher Mois”. As imagens apresentadas, numa palete de cores, ultrapassam a simples exposição, para se tornaram numa viagem visual de instantâneos da vida humana, da ressonância emocional e traços do universo. Por isso havia um mural com milhares e milhares de fotos de um quotidiano de seres humanos, de várias origens e culturas. Existiam rostos alegres, coloridos, crispados, coléricos e tristes. Estavam as suas fétiches e animais preferidos, paisagens e objetos.
Com mais de 200 autores, nela estiveram representadas três galerias portuguesas: As galerias de Lisboa Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Ártemis e Monitor .
A Carlos Carvalho Arte Contemporânea, já anterior participante, nesta edição mostrou fotografias dos portugueses Mónica de Miranda e Tiago Casanova, além de outros autores como os alemães Jessica Backhaus e Roland Fischer, e da francesa Marguerite Bornhauser. Já a galeria Monitor, apresentou obras da pintora italiana Elisa Montessori, nascida em 1931, que vive e desenvolve o seu trabalho em Roma. Nesta edição também participou a Ártemis, com obras da artista eslovena Evelyn Bencicova, nascida em Bratislava, em 1992.
Este ano Paris destaca o 100.º aniversário do movimento surrealista que nasceu 1924 com a publicação do Manifesto fundador de André Breton e que transformou a arte e a fotografia.
Neste âmbito decorre também, no Centre Pompidou, uma exposição sobre o Surrealismo que termina em 13 de janeiro de 2025, com milhares de obras de pintura e escultura de conceituados autores.