A trompetista e compositora portuguesa Susana Santos Silva e a guitarrista Júlia Reidy que atuaram Domingo passado no 39 ª edição do festival Jazz, em Agosto, na Fundação Gulbenkian, integraram um programa de solos “assumido por quatro mulheres”, a par de Marta Warelis (5 de agosto) e de Camille Émaille (6 de agosto).
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Fazem parte de uma edição de vários projetos de destaque na música mais criativa de 2022 com liderança feminina — por Eve Risser, Hedvig Mollestad, Zoh Amba, Myra Melford e Mary Halvorson.
O concerto que reuniu centenas de pessoas no anfiteatro nos jardins da Gulbenkian, com luzes a darem as diferentes tonalidades da natureza, espelhadas na riqueza das árvores, foi inaugurado no Eve Risser’s Red Desert Orchestra, no dia 27 de julho, com o seu novo álbum Eurythmia, onde junta músicos europeus e africanos.
Os concertos que integram este festival Jazz, promovido anualmente pela Fundação Gulbenkian, no total de 15 atuações, ocorrem na sua maioria no anfiteatro ao ar livre e também no anfiteatro dois. Este festival é uma celebração da música jazz que atrai músicos de todo o mundo, bem como um público diversificado de amantes de jazz.
Ao longo dos anos, o Jazz em Agosto tornou-se uma tradição na cidade, destacando-se como um dos festivais de jazz mais importantes em Portugal.
Tem um programa eclético que abrange diversos estilos musicais, desde o jazz mais clássico até ao jazz mais experimental e vanguardista.
Incluiu atuações da banda “Trance Map +”, com ritmos mais radicais (28 julho), do baterista João Lencastre (31 julho) dos de Attic, que juntou Rodrigo Amado, Gonçalo Almeida e Onno Govaert (1 de agosto) da Supersonica Orchestra, e também do baterista e compositor Gard Nilsen que vai encerrar o festival a 6 de agosto.
A organização do festival recorda a ideia de universo em permanente expansão há muito tempo no jazz, que levou a um mergulho profundo na riqueza rítmica africana com músicos como John Coltrane, Sun Ra, Pharach Sanders ou Art Blakey a percorrerem esses caminhos e que surge nesta edição com a continuidade desse aprofundamento e novas abordagens dessas mesmas raízes.
A trompetista portuguesa, nascida no Porto em 1979, que vive em Estocolmo, tem sido apontada pela imprensa internacional como uma promissora “voz do Jazz”. Com uma abordagem singular, que surge de um abrangente espectro de influências, desde a música clássica e contemporânea ao jazz e arte textural, interessa-se por desafiar os limites do trompete e explorar novas formas de expressão dentro da música.
Autora de vários projetos – o seu mais recente registo a solo é All the Birds and a Telephone Ringing- é guiada por teorias e mandamentos de John Cage.