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Lisboa: Portugal poderia cooperar na candidatura da cachupa cabo-verdiana a património mundial

O milho – elemento da gastronomia e ingrediente da cachupa, prato para o qual o escritor Filinto Elísio desafia Portugal a cooperar para, com estado cabo-verdiano, o elevar a Património Mundial – foi o elo de homenagem à primeira gastrónoma cabo-verdiana, Maria de Lourdes Chantre, a viver em Lisboa e atualmente com 95 anos.

Foi num almoço intimista, de familiares e amigos, sábado passado, no Centro Cultural de Cabo Vede, em Lisboa, com uma palestra intitulada “A simbologia do milho na cultura cabo-verdiana – Em tempos de ‘Azágua’” no âmbito de “Outubro – Mês da Cultura e das Comunidades”.

Filinto Elísio, responsável pela Rosa de Porcelana, editora do livro da gastrónoma “História, Tradição e Novos Sabores de Cabo Verde”, obra volumosa que cruza os alimentos com a cultura, abordou aquele cereal essencial, do ritual da sementeira à colheita, em outubro. Aludiu à sua origem da América Central, que trazido por Portugal se aclimatou a Cabo Verde. Cruzou-o com a origem e cultura do povo cabo-verdiano e evidenciou que a gastronomia do país é composta por ingredientes de muitos outros países, quer da Europa, África e América. “Qualquer prato cabo-verdiano, transformado, tem o mundo dentro dele!”, disse o também poeta. Considerou que estes elementos acrescentam valor e instou todos os que amam Cabo Verde, pelo mundo, a pugnarem pela candidatura de elevação da cachupa a Património da Unesco, uma comida que une a nação cabo-verdiana, tal como acontece com outras especialidades alimentares de outros países.

Foto: D.R.

Lourdes Chantre, cujo trabalho, espelhado também em seis obras anteriores, está a ser objeto de um doutoramento na Faculdade de Letras de Lisboa, orientado pelas professoras que fizeram parte da primeira historia de Cabo Verde, agradeceu, confirmando que o milho é “o real rei de Cabo Verde”.

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Editou o seu primeiro livro em 1979 e sobre ele recebeu o reconhecimento do primeiro presidente de Cabo Verde, Aristides Pereira que, em carta a si dirigida, referiu a “importante contribuição para a reafirmação da cultura cabo-verdiana”.

Nesta simbólica homenagem, através do milho, cereal que merece destaque, também, na sua mais recente obra (2022), Lourdes Chantre a quem a idade já lhe rouba a vista, mas não o intelecto, tinha como adereço um colar de milho ao pescoço “muito velhinho”. Trouxe de Cabo Verde, o colar São João, que levava sempre que ia com seu marido à Ribeira de Julião. Usou-o neste evento para “homenagear o milho”. No final, a gastrónoma referiu manifestar grande admiração pelas mulheres cabo-verdianas que do milho confecionam tantos e diversos pratos, ainda aferiu da boa qualidade da chefe Milocas Andrade, gestora do restaurante no próprio CCCV, e que serviu um menu confecionado com este cereal.

A gestora do Centro Cultural de Cabo Verde, Ângela Barbosa, que coordenou o evento, referiu, entusiasmada, que depois do milho, outros produtos da gastronomia cabo-verdiana serão estudados e apresentados em eventos futuros.

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Otília Leitão
Otília Leitão
Doutorada em Ciências da Comunicação no ISCTE-IUL (2021), Mestre em Comunicação, Media e Justiça Universidade Nova de Lisboa ( 2010-2012). Licenciatura em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa (Menção jurídico políticas). Curso de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa (sistema e-learning) Instituto Camões.

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