Num país onde a liberdade de imprensa se considera um pilar fundamental da democracia, a cidade de Castelo Branco parece estar a viver numa realidade paralela onde o autoritarismo se disfarça de boa governação. O jornalismo independente do ORegiões não se curvou à pressão, nem se deixou enganar pelos discursos vazios. Pelo contrário, a sua missão de revelar a verdade – muitas vezes inconveniente para os poderosos – foi reafirmada diante de uma tentativa descarada de censura por parte do presidente da câmara, Leopoldo Rodrigues.
A coragem de reportar os factos sem floreados ou censura é um exercício diário que qualquer órgão de comunicação deve abraçar, mas, no caso do ORegiões, a missão é mais do que isso. É um dever ético de exibir a realidade nua e crua, sem medos. Se há algo que caracteriza este jornal é a sua independência, algo que Leopoldo Rodrigues claramente não consegue engolir. E é precisamente essa independência que ele tenta sufocar, como se fosse possível condicionar a liberdade de expressão com uma simples recusa de publicidade.
É uma história que, infelizmente, se repete com demasiada frequência na política local: “Se não falas bem de mim, não tens publicidade”. Uma frase que demonstra a mentalidade tacanha e autoritária que se respira na política de Castelo Branco. Leopoldo Rodrigues, ao contrário do que seria de esperar de um líder, em vez de respeitar a liberdade de imprensa, tenta condicionar o trabalho jornalístico com ameaças veladas e pressões desnecessárias. Ao recusar publicidade ao ORegiões, ainda que a sua missão jornalística nada tenha a ver com anúncios pagos, ele está apenas a mostrar a sua incapacidade para lidar com a crítica.
Mas como se isso não fosse suficiente, as ameaças tomam uma forma ainda mais absurda. Quando se deteta um autocolante do ORegiões na carrinha de uma associação de bairro, os assessores mais próximos da câmara entram em pânico, temendo que a associação, um dos muitos pequenos grupos de cidadãos que lutam pela sua comunidade, venha a ser “punida” pela sua ligação ao jornal. O que está em jogo aqui não é só a liberdade de imprensa, mas também a liberdade dos cidadãos e das associações locais de se expressarem e de apoiarem quem bem entenderem. O medo da represália é real, e isso é o que mais entristece. A cidade de Castelo Branco, em pleno século XXI, parece regredir para tempos de caciquismo, onde a informação e a liberdade de opinião são controladas pelo poder.
A atitude de Leopoldo Rodrigues revela uma visão antiquada e autoritária da política. Em vez de ser capaz de ouvir e aprender com a crítica construtiva, ele escolhe silenciar qualquer voz discordante. Mas o ORegiões não é o megafone da câmara, e nunca será. O jornalismo sério não se submete a essa lógica. Pelo contrário, ele se mantém firme no seu compromisso com a verdade, porque o jornalismo não é, nem deve ser, um instrumento de propaganda. Deve ser a voz da verdade, da justiça e da transparência, nem que para isso tenha de incomodar aqueles que estão no poder.
A recusa da câmara em apoiar o ORegiões com publicidade, depois de uma série de matérias e crónicas críticas à gestão de Leopoldo Rodrigues, é uma clara tentativa de retaliação e controlo da comunicação social. Este comportamento não é apenas errado, é também perigoso. O jornalismo independente não pode ser silenciado, nem deve ser submisso a pressões políticas ou econômicas. A cidade de Castelo Branco merece mais do que um líder que tenta controlar a imprensa para esconder a sua própria ineficácia.
A mensagem que fica é clara: a gestão de Leopoldo Rodrigues está em desacordo com os valores de transparência, liberdade e respeito pela pluralidade de vozes. Ao tentar calar o ORegiões, ele não está apenas a atacar um órgão de comunicação, mas a atacar a própria democracia. E, ao fazer isso, está a dar um péssimo exemplo à população de Castelo Branco, que merece um governo mais aberto, mais honesto e mais atento às suas necessidades.
Na política local, o que se espera não é uma atitude de vaidade e autoritarismo, mas uma postura de serviço público. Um político que, ao invés de se esconder atrás de ameaças e tentativas de controlo da comunicação, deve ter a capacidade de dialogar, de ouvir as críticas construtivas e de evoluir. Infelizmente, Leopoldo Rodrigues parece estar mais interessado em manter o poder a todo custo, até mesmo à custa da liberdade de expressão e da verdade.
A todos os leitores do ORegiões e à população de Castelo Branco, fica o apelo: não se deixem calar. Não se deixem enganar pela propaganda. A verdade, por mais incómoda que seja, sempre prevalecerá. O ORegiões continuará a fazer o seu trabalho com independência e honestidade, não porque a câmara o apoie, mas porque acredita na sua missão de informar, sem medo de desagradar aos poderosos.
Quemestará habilitado na vossa imodesta opinião, a escrever e publicar a defesa e o contraditório do vosso artigo?
Não há verdade sem contraditório, TAL COMO A MOEDA DEVE TER DUAS FACES,