A IC31, a aguardada estrada num traçado de cerca de 60 km, que prometia ligar a fronteira de Espanha a Portugal, na sua versão autoestrada, ficou para trás nas palavras do Primeiro-Ministro Luís Montenegro durante a sua visita a Castelo Branco. Aquela que, à época, parecia ser uma das grandes promessas de progresso para a região, teve a bênção de Montenegro após o pedido de Manuel Frexes, líder da distrital do PSD. Contudo, a recente notícia sobre o “pacote rodoviário” que inclui a conclusão do IC13 e a ligação de Portalegre por autoestrada, parece ter deixado a IC31 a um canto, tal como a voz do PSD de Castelo Branco.
Quando Montenegro acenou com a IC31, muitos viram uma luz ao fundo do túnel para a região. Não seria apenas mais uma estrada, mas uma verdadeira autoestrada que ligaria diretamente Castelo Branco a Espanha, promovendo um dinamismo económico essencial para a região. A política do sim, sim, sim, era promissora. Mas, ao olhar para o novo “pacote rodoviário” apresentado por Hugo Espírito Santo, parece que as promessas se diluem na névoa da indiferença.
Com a conclusão do IC13 e a ligação de Portalegre por autoestrada, é difícil não perguntar: onde está o PSD de Castelo Branco, que parecia ser o maior defensor da IC31? Que resposta têm agora para o novo panorama rodoviário que beneficia outras regiões, mas deixa a IC31 em segundo plano?
A ironia política é evidente. Em pleno século XXI, em que os projetos de infraestruturas estão no centro das campanhas eleitorais, onde estão as vozes do PSD para manter viva a luta por uma autoestrada que, aparentemente, escorrega para o esquecimento? O silêncio que ecoa dos seus líderes é ensurdecedor. Se a IC13 e as suas melhorias já foram aceitáveis para a região, o que justifica agora o apagamento da IC31, uma estrada que, na teoria, prometia um futuro mais ligado à Europa?
Os habitantes de Castelo Branco, que se viam finalmente a ganhar uma infraestrutura moderna que aproximaria a região da vizinha Espanha, devem agora refletir sobre o peso das promessas feitas. A autoestrada foi tão louvada na altura, mas hoje, como se vê, parece ter ficado fora da agenda. A política de palavras fáceis e promessas feitas para a galeria pode ser mais conveniente do que realmente fazer frente àquilo que a região necessita.
No fim, a pergunta continua no ar: onde está a força do PSD de Castelo Branco para defender a IC31 agora que a autoestrada de Portalegre parece ter ultrapassado as expectativas da população? Como sempre, as promessas feitas para agradar ficam ao sabor da política e, no jogo da estrada, a IC31 parece ter perdido o seu lugar no caminho do progresso.
Finalmente uma (mordidela) notícia visando o PSD. Já não era sem tempo.