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O Circo das Obras Eleitorais: A Política de Leopoldo Rodrigues em Castelo Branco

Em Castelo Branco, o caos chegou à cidade e, como sempre, está pintado de amarelo e vermelho: as placas de desvio que brotam como cogumelos no único momento em que os carros param de andar. Desde 2021 que, à exceção das lombas que o trânsito faz para contornar os buracos e os remendos apressados nas estradas, não se viu obra que fosse digna de nota. Mas eis que, à beira das eleições, surgem, como num passe de mágica, obras em cada esquina. Não me venham com a desculpa de que “tudo tem o seu tempo”, porque neste caso, o tempo escolhido é tão estratégico quanto a posição de um vendedor ambulante no meio da praça: justo na altura em que a temporada de eleições está a começar.

Agora, em vez de um trajeto de 10 minutos, somos forçados a um périplo de 40, entre desvios infinitos que parecem mais um labirinto de incompetência. E quem se perde? O cidadão comum, claro. Mas não é só o tempo que perdemos, é também a paciência e a esperança. Em ruas que mais parecem campos minados, os sinais de trânsito estão estrategicamente camuflados por ramos de árvores, arbustos e talvez até pela própria indiferença de quem geriu, ou melhor, desgovernou a cidade durante estes anos. Como se não bastasse o emaranhado de desvios, cada nova obra é como uma promessa não cumprida, que nos obriga a dar mais voltas até que, finalmente, nos conduza a uma rotunda cheia de mais placas de “desvio”, como se uma qualquer artimanha eleitoral fosse capaz de disfarçar a desorganização.

Mas o mais irónico de tudo isto é o argumento que se ouve de quem ocupa o cargo de presidente da Câmara Municipal, o senhor Leopoldo Rodrigues. Em tempos, ele dizia que estava a trabalhar para melhorar a cidade. Mas, na realidade, o que se vê é a falta de uma estratégia clara e de uma gestão que não passa de um jogo de pressões eleitorais, onde as obras são a solução milagrosa que aparece à última hora. Se a melhoria da cidade fosse mesmo uma prioridade, este tipo de intervenção teria sido iniciado muito antes, no início do seu mandato, e não empurrado para os dias que antecedem a sua recandidatura.

É impossível não ver o amadorismo nas escolhas políticas de Leopoldo Rodrigues. Uma gestão que devia primar pela organização e pela ordem, mais se assemelha a um palco de circo, com um presidente a tentar dar espetáculo sem perceber que os cidadãos não são plateia para se entreterem com obras que aparecem de forma desconexa e com uma falta de sentido que beira o absurdo. O que deveria ser um esforço para melhorar a cidade tornou-se uma sucessão de erros, que mais parecem um retrocesso do que um avanço.

Portanto, o que nos resta é esperar que, no fim de tudo isto, não nos reste apenas o amargo sabor da frustração e a certeza de que, quando se está mais interessado em manter o “cadeirão” do que em servir a cidade, o verdadeiro projeto político se perde nas ruas de um Castelo Branco que já não reconhecemos.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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