O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta quarta-feira que uma ação climática multilateral deve ser encarada como uma prioridade incontornável, alertando para a urgência crescente de enfrentar as alterações climáticas, mesmo perante o cenário de múltiplas crises internacionais que desafiam a estabilidade global.
“A ação climática multilateral é mais urgente do que nunca e continua a ser a prioridade, apesar das múltiplas crises”, escreveu António Costa numa publicação nas redes sociais, reforçando o apelo a uma resposta global coordenada e ambiciosa.
O antigo primeiro-ministro de Portugal salientou que uma transição climática “verdadeiramente justa” tem potencial para gerar um impacto positivo transversal, capaz de abrir portas a novas oportunidades de emprego, fomentar uma economia mais próspera e competitiva, e assegurar um futuro sustentável e equitativo para todos os cidadãos.
As declarações de Costa surgiram na sequência de uma reunião por videoconferência que contou com a participação de líderes mundiais como o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O encontro teve como objetivo preparar a próxima cimeira climática das Nações Unidas, a COP30, agendada para novembro deste ano na cidade de Belém, no Brasil.
Durante a reunião, os dirigentes sublinharam a importância de reforçar o compromisso coletivo face à emergência climática, num momento em que fenómenos extremos se tornam mais frequentes e impactantes, colocando em risco ecossistemas, comunidades vulneráveis e recursos essenciais, como as reservas de águas subterrâneas.
António Costa destacou ainda que a cimeira da COP30 deverá representar um ponto de viragem decisivo na mobilização de vontades políticas, investimentos verdes e mecanismos de cooperação internacional. Segundo o líder europeu, é essencial garantir que nenhum país ou região fique para trás na corrida à neutralidade carbónica e à resiliência climática.
A intervenção de Costa insere-se num contexto de crescente pressão sobre os decisores políticos para que traduzam os compromissos climáticos em ações concretas, eficazes e de largo alcance, num esforço coletivo que transcenda fronteiras e ideologias.