O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, reafirmou ontem a sua disposição para ser novamente o cabeça de lista do PSD/Madeira, caso a oposição consiga derrubar o atual executivo, conduzido por uma coligação minoritária. Em declarações à margem de uma visita a uma empresa no Funchal, Albuquerque garantiu que o partido está preparado para avançar com novas eleições, caso a oposição leve à queda do governo.
“Se a oposição, por motivos fúteis, quer deitar o governo abaixo, só há uma solução e essa solução, nós assumimos integralmente, é devolver a voz ao povo madeirense e irmos outra vez a votos”, declarou o líder social-democrata. A afirmação surge após a recusa dos maiores partidos da oposição, PS e JPP, em negociarem alterações à proposta do Orçamento Regional para 2025, apresentada pelo governo minoritário do PSD.
Miguel Albuquerque sublinhou que o seu governo, eleito em maio passado, “foi eleito pelo povo madeirense” e que, caso o Orçamento não seja aprovado, todos os madeirenses serão prejudicados. O Orçamento da região contempla 56 milhões de euros para atualizações salariais na função pública, aumento do subsídio de insularidade, uma redução fiscal no IRS e o avanço da terceira fase do novo hospital da Madeira, que são algumas das medidas positivas que, segundo o presidente, estão em risco.
Albuquerque afirmou que, embora o PSD esteja “disponível para o diálogo”, caso a oposição derrube o governo, o partido estará pronto para avançar para novas eleições, reiterando que nas últimas eleições regionais, em 26 de maio, o PSD venceu em 45 das 54 freguesias e em nove dos 11 concelhos da Madeira.
“A decisão do Governo da Madeira é do povo madeirense, e não dos partidos”, afirmou Albuquerque, destacando que a liderança do partido na região está consolidada desde as eleições internas de março e que, por isso, reúne todas as condições para se recandidatar.
A discussão do Orçamento e do Plano de Investimentos para 2025 está agendada para os dias 9, 10 e 11 de dezembro, com a votação final a ocorrer no último dia. A proposta de Orçamento prevê um valor recorde de 2.611 milhões de euros. Além disso, está prevista a discussão da moção de censura apresentada pelo Chega para o dia 17 de dezembro, que, se aprovada, poderá levar à queda do governo regional, dado que PS, JPP, Chega e IL, que têm maioria absoluta, se mostram favoráveis à moção. A aprovação da moção implicaria a demissão do atual executivo, que permaneceria em funções até à posse de um novo governo.