Manifestei há dias, em artigo de opinião publicado no jornal O Regiões, aquela que era a minha posição, enquanto deputado à Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova, relativamente às obras de saneamento e abastecimento de água da freguesia de Ladoeiro.
Em síntese, assumi uma posição que me parece ser do mais elementar bom senso, uma vez que defendi que esta freguesia tem direito a um sistema digno de abastecimento de água.
Também de outro modo não poderia ser, uma vez que assumi perante os eleitores o compromisso de defender os interesses específicos das populações. Tudo muito normal. Já o que me parece uma verdadeira bizarria é que em pleno século XXI, em Portugal, um deputado de uma assembleia municipal venha defender em público a necessidade de se abastecer condignamente de água uma determinada aldeia, quando o que se poderia esperar é que ele pugnasse pela criação e implementação de infraestruturas e actividades desportivas, culturais, educativas e de lazer. Isto seria o normal, com efeito, se as necessidades mais básicas das populações estivessem garantidas. Mas não estão, e por isso eu vim a público expor o meu pensamento, também para manifestar o magistério da minha influência política, que até pode ter surtido o seu efeito afinal, dando a conhecer aos eleitores aquelas que são as minhas posições e opiniões.
Ora, por uma questão de coerência de pensamento e de adequação de princípios, da mesma forma que o fiz a respeito do que acabo de dizer, devo também fazê-lo a propósito do que passarei a expor. Isto porque, foi hoje anunciado pelo Município de Idanha-a-Nova que na reunião de câmara desta quarta-feira, dia 24, foi aprovada por unanimidade a abertura do procedimento para a realização de obras de beneficiação e substituição da rede de Abastecimento de Água e Saneamento da freguesia de Ladoeiro. É uma notícia positiva e que nos deixa a todos satisfeitos, sendo certo que apenas peca por tardia. Eu sei que uma obra desta envergadura carece de muitos estudos prévios, de muitos cálculos, de muitas contas, mas é justamente para fazer esses estudos, esses cálculos e essas contas que existem nos Municípios os departamentos técnicos com competências para tal.
E o nosso não é excepção! Bem pelo contrário, o Município de Idanha-a-Nova, tem nos seus quadros de pessoal os recursos humanos necessários para fazer face com sucesso a todos esses desafios. Trata-se apenas de previamente existir vontade política para tal, pois sãos os decisores políticos aqueles que definem as prioridades, de acordo com os seus programas e objectivos, e nãos os técnicos, pois se aos primeiros cabe o papel de decidir, a estes cabe a função de executar. Para terminar, sem sair do registo com que comecei, despeço-me com mais uma bizarria, atento o século em que vivemos, que é felicitar a Autarquia por ter finalmente tomado uma decisão política que estava há tanto tempo na gaveta das promessas eleitorais, e que vem satisfazer uma necessidade tão primária do Ladoeiro: que é ter um sistema digno de abastecimento de água. Será caso para agradecer? O leitor o dirá!