A extrema direita avança em todo o mundo, chegando ao poder em diversos países ou ameaçando essa vitória. A estratégia dessas forças é comum, mimetizando conceitos que se adaptam à situação especifica de cada país ou região.
Uma dessas características, é a truculência no discurso e nas imagens utilizadas. Neste aspeto será interessante analisar o que se passa no Japão, veja-se a banda Heavenese, onde um músico se disfarça de Javier Milei, que gesticula e dança ameaçadoramente. Curiosamente, em alguns casos, até o ridículo é considerado como boa forma de atrair “as massas” (veja-se Bolsonaro, Trump e outros). No caso de Portugal, lembre-se o que representa a “liberdade de expressão” para o partido de André Ventura ou os crimes de ódio perpetrados por grupelhos como os de Mário Machado.
Embora sejam ideologias que sempre existiram, a verdade é que começaram a surgir forma mais organizada com o fascismo e nazifascismo, sendo agora fácil encontrar várias designações para um mesmo desígnio: crença numa hierarquia social natural e no domínio das elites. Hoje a política de extrema-direita inclui o neofascismo, o neonazismo, a Terceira Posição, a direita alternativa, a supremacia branca, o nacionalismo branco e outras ideologias ou organizações que apresentam aspectos de visões ultranacionalistas, chauvinistas, xenófobas, teocráticas, racistas, homofóbicas, transfóbicas, ou reacionárias.
Com a globalização, ao aproximar povos diferentes e facilitar a movimentação transfronteirissa, o aumento das migrações criou mitos como insegurança e o e o aumento do desemprego entre os nacionais. Na verdade, com o envelhecimento da população, o equilíbrio demográfico torna-se essencial, e a entrada controlada de estrangeiros é necessária.
A ideologia de género, que alerta para a destruição da família, também é tema comum entre a extrema direita, o que vai contra os mais básicos direitos humanos. No mesmo sentido vão as reivindicações para que o aborto seja limitado, a descriminarão dos crimes contra as mulheres e outras bandeiras conservadoras.
Exageros nas criticas às sociedades estabelecidas, sem encontrar respostas que realmente acabem com a corrupção e outras injustiças, como se essas criticas proviessem de personagens puras e enviadas por Deus.
Nesta tática de confronto primário as redes sociais são palco priviligiado para a difusão destas ideias, até porque os candidatos são, normalmente, jovens.
Javier Milei já governa a Argentina, Nayib Ortez aplica políticas de extrema direita em São Salvador Na Europa, sozinhos ou em coligação com a chamada direita moderada , já dominam a Itália,a Finlândia e os Países Baixos, entre outros. Le Pen poderá ser a próxima presidente francesa, no Brasil e nos EUA Bolsonaro e Trump não perdem terreno.
Nas recentes eleições europeias, o recuo da esquerda e o avança da extrema direita, confirmam a esta perigosa tendência. Há quem afirme que a mais eficaz forma de combater estes extremismos será “deixá-los governar”, e assim rapidamente se perceberá que a receita não funciona. Todavia, a única formula eficaz é encarar de frente e resolver as carências da população.