No jornal ORegiões, seguimos a regra de manter o mesmo número de caracteres nos artigos online e (em papel), promovendo a leitura profunda e significativa. Numa era digital onde a superficialidade impera e as pessoas cada vez menos se dedicam à arte de ler, este compromisso é uma resistência contra a hegemonia das redes sociais.
As redes sociais, como o Facebook, são palco de um fenómeno preocupante: artigos com mais de 500 caracteres raramente recebem a devida atenção. Esta limitação autoimposta pelos utilizadores promove uma cultura de preguiça mental e superficialidade. Consequentemente, o cérebro, privado do exercício proporcionado pela leitura profunda, atrofia-se. Em paralelo, os dispositivos móveis, que se tornam cada vez mais sofisticados e omnipresentes, ocupam o espaço que antes pertencia aos livros e jornais.
Uma sociedade que não lê é uma sociedade que não vive plenamente. A leitura expande horizontes, abre portas para mundos desconhecidos e estimula o pensamento crítico. Sem ela, embrutecemo-nos, tornamo-nos mais suscetíveis à manipulação e à desinformação. A ausência de leitura limita a nossa capacidade de compreender e questionar a realidade que nos rodeia, tornando-nos prisioneiros de uma existência estreita e desprovida de profundidade.
O desafio que enfrentamos hoje é enorme. É imperativo que resgatemos o valor da leitura nas nossas vidas quotidianas. Não se trata apenas de um passatempo, mas de uma necessidade vital para o desenvolvimento cognitivo e emocional. Num tempo em que a informação é rápida e superficial, a leitura de artigos, livros e notícias detalhadas é um antídoto necessário contra a banalização do pensamento.
Neste contexto, o jornalismo de qualidade, que se dedica à produção de conteúdos substanciais e bem elaborados, torna-se ainda mais crucial. No ORegiões, continuaremos a lutar contra a corrente, oferecendo aos nossos leitores textos que desafiam e estimulam, que convidam à reflexão e ao debate. Porque acreditamos que, num mundo onde as pessoas cada vez menos leem, aqueles que persistem em ler serão sempre mais ricos em conhecimento e sabedoria.
Em suma, a leitura não é apenas um hábito saudável, mas uma ferramenta indispensável para a construção de uma sociedade mais consciente e crítica. Encorajamos todos os nossos leitores a resistirem à tentação da superficialidade e a mergulharem no prazer inigualável da leitura profunda e significativa. Só assim poderemos garantir um futuro onde a riqueza intelectual prevaleça sobre a mediocridade digital.