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Castelo Branco Está à Venda — E o Preço São os Nossos Votos

Leopoldo Rodrigues não governa. Compra tempo. Compra silêncio. E, a julgar pelos sinais cada vez mais descarados, tenta comprar votos com o dinheiro dos contribuintes.

A poucos meses das eleições autárquicas de 2025, a estratégia do atual presidente da Câmara de Castelo Branco é clara: esbanjar recursos públicos em contratos pouco transparentes, favores encapotados e manobras que mais parecem saídas de um manual de manipulação eleitoral. O que está em curso não é governação — é um assalto à integridade democrática local.

Comecemos pelo caso do “transporte flexível”, onde o município gasta mais de 72 mil euros anuais em serviços de táxis adjudicados por consulta prévia, contornando o concurso público. O modelo mais dispendioso possível foi escolhido, mesmo podendo ser resolvido com a aquisição de uma viatura e a contratação de um motorista. Porquê? Porque quando há pressa em agradar, a conta vai sempre para o povo pagar.

A isso soma-se a entrega cega e incondicional de apoios à “Marcha do Castelo” — um grupo cultural que recebe dinheiro público sem que se saiba quanto, nem com base em quê. Outros projetos culturais, mais pequenos mas genuínos, são afastados, ignorados, sufocados. Só os amigos do poder têm lugar no palco.

E agora, o escândalo do terreno ao lado do restaurante Kalifa. Primeiro avaliado por um assessor do presidente por 700 mil euros — sem qualificação legal. Depois, revisto por um técnico credenciado: 1 milhão de euros. Uma diferença de 300 mil euros que poderia ter resultado numa venda subvalorizada a privados para construção de um hotel. É o retrato fiel de um executivo que tenta transformar bens públicos em oportunidades privadas — sempre para os mesmos.

Isto não são meras falhas. Isto são esquemas políticos com aparência legal e cheiro a alegada corrupção institucionalizada. É clientelismo puro, com uma diferença importante: está a ser feito com o nosso dinheiro. E para quê? Para garantir mais quatro anos de poder. Para construir uma rede de favores que se traduz em votos dependentes e silenciados.

Leopoldo Rodrigues não está preocupado com o futuro de Castelo Branco. Está preocupado com o seu. E para isso, não hesita em vender tudo o que pode: contratos, influência, terrenos, dignidade.

Mas o que mais indigna não é apenas a má gestão — é a ausência total de escrúpulos. A convicção de que ninguém vai reagir. De que os munícipes continuarão calados, resignados, enquanto se vende o que resta da confiança pública em troca de promessas ocas e inaugurações em cima da eleição.

Chegou o momento de dizer basta.

Castelo Branco não pode continuar nas mãos de um executivo que governa para si próprio. Não pode tolerar mais uma câmara onde os contratos são prémios, os favores são moeda, e o voto é tratado como mercadoria.

É preciso exigir uma auditoria externa e independente a toda a atividade da autarquia. É preciso responsabilizar criminal, política e civilmente quem abusou da confiança dos eleitores. E acima de tudo, é preciso que a população perceba que quem vende o presente da cidade, está a hipotecar o futuro de todos nós.

Castelo Branco não está à venda. E os nossos votos também não.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

1 COMENTÁRIO

  1. Isto parece propaganda do chega… Estranho, pensei que a coligação era Sempre e PSD… Então quendo o Jose Alves deu 2 milhoes de euros a associações, foi o que? Bondade pura, claro.
    Na vossa ultima publicação sobre São Vicente da Beira, o executivo estava sim no local, mas para receber o candidato José Alves

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