É possível e desejável estabelecer diálogos e criar convergências, para criar uma alternativa política credível que devolva a esperança aos idanhenses
Um boato é, por definição, uma notícia anónima e não confirmada que é divulgada no domínio público, e tem como sinónimos ‘boatice, atoarda, balela, falaço, ruído, rumor, voz, zunzum, zunzunzum.’ Não interessa agora enveredar pelas estradas abundantes e ricas da língua portuguesa, para dissecar o étimo e significado de cada um destes termos, mas sim tentar perceber em que circunstâncias e porquê ocorre aquele tipo de fenómeno.
Atento o anonimato do boato, nem sempre é possível saber com rigor o motivo pelo qual ele é posto a circular, não obstante se consigam identificar critérios bem distintos, como a diversão, motivos torpes, ou mesmo interesses económicos e políticos.
Se após o lançamento do boato se vem a verificar a autenticidade da notícia, diz-se que o boato foi confirmado, pelo contrário, quando a notícia é falsa, diz-se que o mesmo foi desmentido, por declarações prestadas, por factos notórios e evidentes, ou pela simples natureza das coisas.
A Internet, e as redes sociais, deram, nos últimos anos, um alcance e dimensões inauditas ao fenómeno do boato. Nunca, como agora, foi tão fácil criar conteúdos e emitir opiniões, sobretudo a coberto de contas falsas, recurso baixo que tanto agrada a espíritos mesquinhos.
Para mais chamarem a atenção e satisfazerem os propósitos que presidiram a sua criação, os boatos costumam usar como tema pessoas ou assuntos que, por razões diversas, se destacam ou estão na ordem do dia.
Independentemente do seu nome, natureza ou propósito, os boatos geram desinformação, causam problemas e precisam por isso de ser combatidos. Como? Esclarecendo o assunto sobre o qual eles versam.
É justamente o que pretendo fazer com este pequeno texto, com o qual pretendo não só esclarecer, mas também divertir, uma vez que assuntos como este não podem ser levados muito a sério. Se bem que, como ensinavam os antigos romanos: ridendo castigat mores, isto é, a rir também se educa, diria eu numa tradução livre e muito adequada ao caso.
Sucede que, através de um perfil falso intitulado “Jornal O Diabo”, foi posto a circular o seguinte boato: Hugo Rego perfila-se como candidato pelo PSD à Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, tendo abandonado, para o efeito, o MOV. PT, movimento de cidadãos eleitores em que foi eleito como deputado à Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova e, em consequência disso à Assembleia Intermunicipal da Beira Baixa, nas autárquicas de 2021.
Ora, a respeito deste assunto eu gostaria de esclarecer o seguinte. Quando fui eleito pelos idanhenses para os representar na Assembleia Municipal, nas listas do MOV. PT, assumi com eles um compromisso que me honra, e que cumprirei fielmente até ao fim do mandato que me foi confiado.
Quando aceitei o convite que o líder do Movimento PT, José Adelino Gameiro, me formulou para integrar as listas dos candidatos à Assembleia Municipal eu era militante do PSD, e ele sabia-o, e se aceitei integrar aquela candidatura foi porque, fruto de contactos existentes entre estas duas forças políticas, entendi que era possível e desejável estabelecer diálogos e criar convergências, em vista de criar uma alternativa política que permitisse aos idanhenses voltarem a acreditar no futuro do concelho.
E se então acreditei que tal era possível, hoje, passado todo este tempo, sai reforçada aquela minha convicção: é possível e desejável estabelecer diálogos e criar convergências, para criar uma alternativa política credível que devolva a esperança aos idanhenses.
Entretanto, no decorrer deste mandato, é verdade que desenvolvi a minha militância no PSD. E porque acreditei no seu projecto, na sua capacidade, na sua liderança e na sua experiência, integrei a lista do Dr. Manuel Frexes à distrital do meu partido. Do mesmo modo, porque acredito na sua preparação, no seu empenhamento e na sua dinâmica, manifestei publicamente o meu apoio a Pedro Lopes, para a Comissão Política Concelhia do PSD de Castelo Branco. E por isso participei na apresentação da sua candidatura, onde, entre companheiros, boa disposição e risadas, ondeei uma bandeira do meu partido. Ora, foi justamente nesse contexto que me foi tirada uma fotografia, que ilustra o boato que agora desminto categoricamente.
Eu compreendo que a minha militância activa no PSD, onde integro as suas estruturas distritais, e o cumprimento dinâmico e activo do meu mandato enquanto deputado, apresentando medidas, fiscalizando e acompanhando permanentemente a actividade da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, cause alguma perplexidade e sentimentos menos dignos nos espíritos de alguns. Porém, esta é a minha maneira de estar na vida pública: com elevação, com sinceridade e com nobreza, e sempre, sempre ao serviço dos interesses legítimos dos idanhenses. Com isso eu incomodo alguém? Paciência! Eu trabalho para as pessoas, não para ficar bem na fotografia.
Hugo Rêgo
Deputado Municipal à Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova