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Não Se Ouvem Trombetas

O tremendismo acabou. Hitchcock estaria perdido e nenhum Bond, James, se safaria com golpes de surpresa. Banaliza-se sem querer, porque nem querer se quer, de facto.

A biologia era a mesma, mas, ao menos, não havia o monopólio do senso comum, ouvia-se o Ferrão nestas. Subitamente os góticos escondidos são diabéticos e as góticas comparam preços, os punks almoçam dobrada.

Sovieticamente atacados de gripe fálica, nem uma cadela orbita: o preço da liberdade está com desconto. Interessa-nos mais a espuma de barbear do que a que era das quintas e sextas. Ao Domingo, em vez de descansar, o senhor anda inquieto com tanto malabarismo a fazer vento.

Nem Madalena prega os seus respeitos, dá-se mais ao instante de fotograma, cada pedrada cada “gosto”, cada navio lançado é esperado com menos carbono no fundo e mais na quilha. Samuel e Pedro, Marte e Atena, Romeu e Romeu, Helena uma vez truncada e o pobre na praia alegra-se com a retirada diária do convívio com belfos gordos de noz e dólar, afinal um homem não se faz nem de pau nem é de ferro e com pau nenhum se fez canoa, apenas e apenas e apenas de canas.

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Sedutor q.b., o orador sem oratória e menor eloquência ainda, descansa as crianças antes de irem para a cama, o orçamento está a embalar-se e há-de adormecer no colo de uma mulher pública, um idoso iluminado, um filho de alguém, uma arauta do girassol, onde nada brilha senão a semântica estafada do “agora” nunca é já e a urgência passa a termo médico e nunca é da fome.

A Laika, que morreu pouco depois de ver as Pelíades, adorava pequenas botas de couro, faria de tudo para não ter de beber a golpes a vodka que hoje servem em ALERTA CM, galantes com promessas, mais os mostradores de despiste numa “A” a que se apensa número e morto.

Fechado o estaleiro, o coletivo regressa a casa separado, o operariar é passado e o unipessoal não lucra, mas contibuta, qualquer pretensão a felicidade esfuma-se nos episódios vistos de longe da grande mentira de um desemprego que diminuiu à custa de milhões de horas de planilhas electrónicas ensinadas aos mesmos, a esmos e esmos – nem um curso de ilusionismo, nem uma formação sobre pintar a azul, só quadrados enformados.

Não sugiro sequer uma abaladiça, nem uma decepção. Ambas requerem a idade adulta.

E, para me casar contigo, basta a soalheira bovary num esguio apertado de que vai casar “sem gostar dele”. Não era este o prometido e o futuro era 1999.

Agora, ponham-se no meu lugar – Já não o quero.

Ando a crer que as mariposas tocam trombetas, que existe um grito de cansados que mudará o mundo, mas o medo nunca troca de lado. Dentro de 20 senhas velam-nos e daqui nada somos menos do que um tanque de lavar – dos que nunca se deu ao trabalho de disparar um tiro, mas matou a trabalhar.

A hora de Inverno é apenas, apenas, o que pedem os falecidos poetas andaluzes de outrora.

A tua alegria está no segundo andar junto aos recursos humanos. Os recursos humanos saíram. Estão a caminho do tal lugar das brochuras que nos oferecem na rua e que nos avisavam que, se tentássemos voar sozinhos, ainda podíamos ser puxados para cima – e que essa temeridade, se compartida, sairia muito cara.

Um homem bom cansa-se, um mau aborrece-se.

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Jornalista, autor, (pré-agricultor).

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