De forma mais ou menos evidente, mais ou menos velada, mais ou menos manifesta ou ostensiva, já começou a corrida às eleições autárquicas de 2025. É por isso que, na qualidade de militante do PSD em Idanha-a-Nova, vejo com enorme apreensão o facto de o meu partido ainda não se ter posicionado no terreno, de forma a deixar claro aos militantes e simpatizantes que poderão confiar na existência de uma candidatura liderada pelo PSD para protagonizar a mudança de que Idanha tanto carece.
E essa minha apreensão é tanto maior quando é certo que foi em circunstâncias análogas às que agora se verificam que, em 1997, o PSD conseguiu arrebatar ao PS a Câmara Municipal, depois de um longo e enérgico consulado de Joaquim Morão.
No presente contexto, considerando a impossibilidade de o actual presidente se candidatar a um novo mandato, o natural desgaste do PS, em resultado de mais de duas décadas de governação, e ainda a fragilidade política de altos quadros socialistas do concelho, em resultado de diversos escândalos e casos judiciais que os envolvem, esta seria a oportunidade de ouro para o PSD reconquistar a liderança política em Idanha-a-Nova.
Perder esta oportunidade, mais do que deixar o caminho aberto para que o PS se mantenha no poder durante mais doze anos, seria desferir um rude golpe no PSD, de que o partido dificilmente se recomporia na próxima década.
Neste cenário, a ausência de uma candidatura forte do PSD às autárquicas de 2025 em Idanha-a-Nova não pode deixar de suscitar, junto dos militantes e simpatizantes do partido, sentimentos altamente contraditórios, porque eles não saberão compreender que o PSD se demita da sua obrigação de ajudar a cimentar e fortalecer, no território, a posição do Governo e do seu líder no quadro político nacional.
A ausência de uma candidatura do PSD às autárquicas de 2025 em Idanha-a-Nova, não deixaria outra alternativa aos militantes e simpatizantes do partido que não a de procurarem, num posicionamento político à direita, a alternativa que todos desejamos e de que o concelho tanto precisa.
Pelos motivos que elenquei, pela sua história, pelas suas responsabilidades, o PSD não pode perder esta oportunidade e deve deixar claro, junto dos militantes e simpatizantes, que tal como foi capaz de construir, no seu seio, uma alternativa política aos governos socialistas no país, será, do mesmo modo, com recurso aos quadros altamente qualificados de que dispõe em Idanha-a-Nova, capaz de criar uma alternativa política para liderar a autarquia nas próximas décadas. O PSD deve assumir-se como alternativa política em Idanha, através de uma candidatura autónoma e liderante, que devolva aos idanhenses a esperança num futuro melhor.
