Milhares de pessoas participaram hoje em manifestações por todo o país para assinalar o Dia Internacional do Trabalhador. As iniciativas, organizadas pela CGTP-IN, decorreram em dezenas de localidades, com destaque para os desfiles em Lisboa, Porto e Faro
Lisboa: Avenida Almirante Reis enche-se de manifestantes
Na capital, a marcha partiu do Martim Moniz às 14h30, percorrendo a Avenida Almirante Reis até à Alameda D. Afonso Henriques. Milhares de trabalhadores, reformados e jovens empunharam cartazes com palavras de ordem como “É justo e necessário o aumento do salário” e “Reconhecimento não paga renda, salário sim” .
O secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, discursou na Alameda, exigindo um aumento salarial de pelo menos 15% para todos os trabalhadores, com um mínimo de 150 euros. Criticou ainda a precariedade laboral, afirmando que “somos o segundo país da UE onde a taxa de precariedade é maior, são 1,2 milhões de trabalhadores nesta situação” .
Manifestações em todo o país
Além de Lisboa, outras cidades registaram manifestações significativas. No Porto, a concentração teve lugar na Avenida dos Aliados às 15h, enquanto em Faro a manifestação ocorreu pelas 10h da manhã no Mercado Municipal.
A CGTP-IN organizou eventos em todos os distritos do país, incluindo nas regiões autónomas, sob o lema “Mais salário – Melhores Pensões! Basta de Política ao Serviço do Capital” .
Participação política e reivindicações
Vários líderes políticos marcaram presença nas manifestações. Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, destacou a importância de reconhecer o trabalho invisível dos trabalhadores por turnos, afirmando que “o trabalho é aquilo que nos une” .
O Partido Socialista defendeu a subida do salário médio para dois mil euros até 2029 e um salário mínimo de 1.110 euros, com Miguel Cabrita a afirmar que “é muito importante haver esta meta” .
Reivindicações sindicais
A CGTP-IN apresentou um caderno reivindicativo que inclui:
Aumento dos salários em pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros;
Fixação do salário mínimo nacional nos 1.000 euros;
Redução do horário de trabalho para 35 horas semanais para todos;
Fim da precariedade laboral e dos bancos de horas;
Aumento significativo das pensões de reforma;
Reforço do investimento nos serviços públicos, incluindo saúde, educação e habitação .
Assinala-se hoje o Dia Internacional do Trabalhador, uma data que remonta a 1886, quando operários em Chicago, nos Estados Unidos, iniciaram uma greve geral para exigir a jornada de trabalho de 8 horas. Três dias depois, a repressão violenta culminou no massacre da Haymarket Square, um episódio marcante na luta laboral global. Desde então, o 1.º de Maio tornou-se símbolo da resistência operária e é celebrado em numerosos países como dia de protesto, solidariedade e reivindicação de direitos laborais.