Castelo Branco atravessa um período de visível degradação urbana, resultado de um mandato autárquico que se revelou, em muitos aspetos, ausente e desconectado da realidade da cidade. Após quatro anos sob a liderança de Leopoldo Rodrigues, o cenário é desolador para quem percorre as ruas: passeios esburacados, paralelos soltos ou em falta, calçadas danificadas e uma manutenção urbana que há muito foi remetida para segundo plano.

Não é preciso procurar muito. Basta uma breve caminhada pelo centro ou pelas zonas mais antigas da cidade para constatar o estado lastimável da via pública. O que antes era orgulho urbano, hoje tornou-se motivo de queixa constante dos albicastrenses, que enfrentam diariamente o desleixo e a insegurança de um espaço público ao abandono.

O mais preocupante é a aparente indiferença do executivo municipal perante esta realidade. O presidente Leopoldo Rodrigues tem demonstrado maior afinidade com o entretenimento do que com a gestão urbana. A cidade passou a ser palco frequente de festas, festivais e eventos que, embora animem o calendário cultural, não podem servir de cortina para esconder as falhas estruturais de uma governação distraída das suas obrigações fundamentais.
É legítimo que se pergunte: quantas vezes percorreu o presidente estas mesmas ruas nos últimos meses? Terá ele sentido o desconforto que qualquer cidadão enfrenta ao caminhar por um passeio danificado? Terá notado os buracos, os remendos mal feitos, a incúria evidente? E se o notou, por que razão nada foi feito?
É imperativo que a autarquia volte a centrar a sua ação no essencial. A manutenção da cidade não é um luxo, é uma necessidade básica. Mais do que festas e espetáculos, os cidadãos esperam segurança, acessibilidade e dignidade no espaço público. Esperam uma gestão que saiba equilibrar o dinamismo cultural com a responsabilidade estrutural.

Castelo Branco merece melhor. Merece uma liderança presente, atenta e eficaz. Uma cidade constrói-se com projetos, sim, mas também com respeito pelos detalhes — e os passeios e as calçadas fazem parte da alma urbana. O mandato de Leopoldo Rodrigues ficará marcado, até agora, não pelo que construiu, mas pelo que deixou ruir.
O futuro exige um novo olhar — um olhar comprometido com a cidade real, não apenas com a cidade dos cartazes e palcos. Porque, por muito brilho que se lance ao ar, o chão que se pisa continua a dizer a verdade.
