A Galeria S6 do Colégio dos Leões, na Universidade de Évora, acolhe, de 27 de fevereiro a 12 de março, a exposição fotográfica “Coexistência dos Sentidos”, assinada pelo artista plástico Rui Tomás Monteiro. Esta mostra é mais do que um simples evento cultural; é o testemunho vivo de uma vida dedicada à arte, ao ensino e à inspiração de novas gerações.
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Monteiro, amigo de longa data e figura incontornável das artes plásticas, revela nesta exposição um conjunto de obras que transportam o público para uma viagem sensorial. As imagens projetadas ganham profundidade, refletindo a sua capacidade singular de transformar o quotidiano em narrativas visuais ricas e multifacetadas.
O percurso artístico de Rui Tomás Monteiro começou cedo, quando, ainda estudante na Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, equilibrava os estudos com a sua paixão pelas artes. Nos tempos do Liceu Nuno Álvares, em Castelo Branco, a sua presença era sinónimo de criatividade. Recorda-se, com carinho, o baile de finalistas na após revolução de Abril, Monteiro veio à cidade albicastrense, participou como elemento de uma banda de rock de Santarém, que tocava “Rock Progressive”, que interpretava temas da icónica banda inglesa King Crimson. Enquanto a música enchia o pavilhão, Monteiro, com cinco máquinas de slides, pintava ao vivo sobre as lentes, criando projeções psicadélicas que envolviam a banda e o público numa experiência imersiva.
Depois de anos de dedicação ao ensino no IPCB, Monteiro continua a influenciar o mundo das artes, agora como mentor de jovens talentos que conquistaram projeção nacional e internacional. A sua capacidade de integrar novas tecnologias com abordagens clássicas tornou-o numa referência para as gerações mais recentes, marcando decisivamente o cenário artístico do último quartel do século XX.
A curadoria da exposição em Évora está a cargo de Tiago Navarro Marques, diretor da Escola de Artes da Universidade de Évora, que sublinha a importância do legado de Monteiro. “Ele é um embaixador da Beira Baixa, que soube ultrapassar as barreiras da centralização cultural e transformar as suas origens numa fonte de inspiração universal”, afirma o curador.
Monteiro partilha o seu entusiasmo com esta nova exposição. “Expor numa universidade com a história e o prestígio da de Évora é uma honra. Esta ligação ao ensino superior e a colaboração com amigos e colegas de longa data dão um significado ainda mais especial a esta oportunidade”, refere o artista.
“Coexistência dos Sentidos” transcende o conceito convencional de exposição fotográfica. Cada obra é um convite à contemplação, à descoberta de camadas subtis de significado e à celebração da perceção sensorial. Esta mostra, fruto de uma vida dedicada à arte e à partilha de conhecimento, reafirma Rui Tomás Monteiro como uma figura essencial do património cultural português.