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Palmela – A Sopa Caramela foi o ex-libris da higiene popular

Foi na IX edição do Mercado Caramelo, no Pinhal Novo, este fim de semana, na região de Palmela: Ninguém abandonou o prato da “sopa caramela” nas mesas. Também não se viu um copo de plástico ou uma colher abandonada.

Foto: ORegiões

”Tudo limpinho! Olhe lá para todo o recinto das tasquinhas…Não está a ver?”, dizia uma das vendedoras, revelando que se adotou uma medida: “A sopa são 3 euros e o prato de barro para a servir são 9 euros. Quando acabar de comer a sopa traga o prato que eu devolvo o dinheiro”.

Foto: ORegiões

E um copo de cerveja? “Copo não temos. Se quiser compra esta caneca de alumínio, simbólica do mercado, que custa 6 euros. Dá-lhe para qualquer outra bebida…”.

E na verdade foi um gosto percorrer todas as tasquinhas, sem qualquer sujidade à vista contrariamente a muitas outras feiras, mercados e festas populares onde a acumulação de resíduos nas mesas é de tal ordem que nos apetece fujir. “Foi uma boa ideia”!

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O Mercado Caramelo ou mercado à moda antiga, junto ao Museu da estação ferroviária – também a visitar – é uma festa tradicional cujo primeiro certame aconteceu em 1875 para aproximar e promover produtores e produtos da região assim como desenvolver o turismo e explicar a cultura local.

Foto: ORegiões

 

A origem da Sopa Caramela é atribuída às populações rurais que vinham da Beira Litoral em busca de trabalho, a quem se dava o nome de “caramelos”.

A partir da segunda metade do século XIX, e por necessidades de mão de obra, essas pessoas fixaram-se, tendo-se tornado rendeiros com casa e horta e fixado, sobretudo, na zona de Pinhal Novo, onde introduziram novos hábitos alimentares trazidos dos seus locais de origem.

Foto: ORegiões

A alimentação destas populações baseava-se em sopa feita com os produtos colhidos na horta – feijão, batata e couve – e, quem os tinha, com enchidos e carne da matança. Assim nasceu a Sopa

Caramela, que foi sendo enriquecida com mais ingredientes, tendo-se tornado símbolo de uma comunidade que preserva as suas tradições e uma das principais referências gastronómicas da região.

Além da venda de gastronomia, artesanato e oferta de diversões comuns a outros eventos do género, teve a particularidade de recriar pessoas, objetos e cenários, da época, com demonstrações vivas de como fazer chouriços, se ordenham manualmente as vacas, se fabricam os queijos ou ainda como se realizam as desfolhadas(OL).

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Otília Leitão
Otília Leitão
Doutorada em Ciências da Comunicação no ISCTE-IUL (2021), Mestre em Comunicação, Media e Justiça Universidade Nova de Lisboa ( 2010-2012). Licenciatura em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa (Menção jurídico políticas). Curso de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa (sistema e-learning) Instituto Camões.

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