Homayun Sakhi, um dos grandes intérpretes da música tradicional afegã e Siar Hashimi, também de Kabul, fizeram um maravilhoso despique entre os seus instrumentos, o Rubab e a Tabla, num espetáculo na Fundação Gulbenkian, na passada sexta feira, em Lisboa.
O primeiro a tocar o tradicional instrumento, de 19 cordas, e o segundo na Tabla ou conjunto de dois tambores, de tamanhos diferentes e sons ritmados com o bater das mãos.
Apenas um senão, ao contrário de outros concertos, neste as letras das músicas não estavam traduzidas.
Ao longo de 90 minutos e numa audiência maioritariamente jovem, os músicos encantaram no grande auditório principal da Fundação Gulbenkian, arrebatando aplausos e assobios de “bravo!”.
Além do percussionista Hashimi, a viver em França, considerado um dos mais criativos e inovadores da Tabla, Sakhi que vive nos EUA, trouxe duas mulheres do Cazaquistão. De grande originalidade de indumentária: Ulzhan Baibussynova, entoou o zhirau ou canto épico acompanhado pela Dombra, um alaúde de braço longo e duas cordas, e Aigerim Yersainova, que se considera “uma nómada cultural”, com diversos cursos superiores de música e que tocou o alaúde Kamuz.
O espetáculo inseriu-se no festival NORUZ que trouxe a Portugal uma diversidade de músicos, numa troca cultural que visa encurtar distâncias, com três concertos dedicados à música do Médio Oriente e intérpretes do Irão, Afeganistão, Cazaquistão, Quirguistão e Uzbequistão.