Se há algo que se tornou uma constante na paisagem das cidades e vilas do interior de Portugal, é a presença das juntas de freguesia. Não falo das aldeias, onde essa estrutura tem utilidade para resolver os problemas dos fregueses junto das populações rurais, mas sim dos centros urbanos, onde a burocracia e o desperdício parecem ser a única coisa que floresce. A ideia original, de descentralizar o poder e aproximar os cidadãos da administração, transformou-se numa farsa, uma verdadeira máquina de gastar dinheiro público que nada resolve e, acima de tudo, nada muda.
Vejamos o caso das cidades do interior, onde a Câmara Municipal tem toda a competência necessária para gerir os serviços essenciais. A existência das juntas de freguesia nestes locais não passa de um luxo que só serve para alimentar o ego de quem ocupa esses cargos e perpetuar um sistema político que já não tem qualquer razão de ser. Tomemos como exemplo a capital da Beira Baixa, Castelo Branco. Uma cidade onde a câmara, com os seus recursos e funcionários, tem capacidade para gerir todos os problemas da população, mas onde ainda se sustenta uma junta de freguesia com um elenco de sete elementos, mesmo que seja a meio tempo não faz mais do que acumular custos desnecessários.
O presidente da junta, um ex-professor reformado que, de acordo com o bom senso, já não precisaria de reforçar o seu rendimento, continua a ser pago com meio salário e meio tempo para organizar eventos que não passam de aparições políticas. Em vez de se dedicar a resolver problemas concretos, como a falta de habitação ou a escassez de infraestruturas, ele está mais interessado em discursos vazios e em marcar presença nas fotos dos jornais. E quem paga a conta disso tudo? Claro, somos nós, os munícipes, que vemos o nosso dinheiro a ser desperdiçado com esses eventos pomposos que não acrescentam nada à qualidade de vida da cidade.
O problema não está, como alguns defendem, na falta de recursos. O que falta é uma revisão da lei e uma adaptação das juntas de freguesia à realidade das cidades e vilas do interior. O governo central e a Assembleia da República têm uma tarefa simples: eliminar a duplicação de funções, extinguir as juntas de freguesia nas cidades e reforçar o papel das câmaras municipais. No fim, isso até poderia ser um ganho financeiro para o país, pois acabaria com a sobreposição de poderes e a desnecessária multiplicação de estruturas burocráticas.
Em muitos casos, as juntas de freguesia tornaram-se um verdadeiro “fardo inútil”. Gastam dinheiro público sem uma mínima utilidade para a população, enquanto servem de palco para as vaidades pessoais e as estratégias partidárias. A questão é que estas estruturas já não têm nenhuma relação com a realidade das cidades e vilas, e, mais grave ainda, não oferecem soluções eficazes para os problemas das pessoas. As câmaras municipais estão mais do que capacitadas para assumir essas responsabilidades, sendo até mais eficientes na gestão dos recursos. O que sobra das juntas de freguesia são apenas discursos vazios e um orçamento que poderia ser melhor aplicado em iniciativas concretas que beneficiassem, de facto, a população.
As juntas de freguesia nas cidades não têm qualquer justificação racional. Servem apenas como campo de jogo para políticos locais que, em vez de resolverem os problemas reais das suas cidades, estão mais preocupados em manter-se na órbita de favores e clientelismos. O presidente da junta está mais interessado em arranjar um lugar de destaque nos jornais do que em trabalhar para melhorar a qualidade de vida da sua comunidade. A gestão local não deve ser um palco de vaidades, e é isso que as juntas de freguesia, tal como estão hoje, representam: um desperdício de recursos públicos e uma verdadeira farsa política.
Na minha opinião, as cidades do interior de Portugal o que temos são estruturas obsoletas, que não servem os cidadãos, mas sim os interesses pessoais e partidários. Este sistema não ajuda ninguém, exceto aqueles que já estão confortavelmente instalados no poder.
E, ao invés de simplificar e aproximar a administração local dos cidadãos, perpetua a burocracia e reforça a ideia de que o Estado só serve para alimentar as suas próprias estruturas. Se a intenção é servir o povo, o primeiro passo é extinguir as juntas de freguesia nas cidades e vilas e eliminar esta camada inútil da administração pública. Afinal, o que mais falta é coragem política para cortar na burocracia e investir no que realmente importa: as pessoas.
De duas uma, ou você tem um QI abaixo dos 80 ou é muito distraído em prol de quem lhe paga publicidade, dizer algo deste género é de fato uma opinião de alguém que não conhece ou quer reconhecer a realidade, o seu interesse é apenas dizer mal em prol de quem lhe paga! Ridículo.. há é a minha opinião.