A zona Oriental de Lisboa vai ser palco de um projeto de investimento imobiliário na área residencial, nos terrenos da Matinha, freguesia de Marvila, que trará pelo menos duas mil novas habitações à cidade. A Matinha era das últimas zonas para onde a capital se podia expandir, segundo os especialistas ouvidos pelo Expresso. O investimento é de cerca 1000 milhões de euros, excluindo o terreno, que custou 142 milhões em 2019.
A antiga Fábrica de Gás da Matinha, abandonada há cerca de três décadas, vai ser totalmente requalificada. A Câmara Municipal de Lisboa deu luz verde, em dezembro, à VIC Properties para avançar com aquele que será um dos maiores projetos imobiliários no País.
Localizado na frente ribeirinha de Marvila, entre o Parque das Nações e a zona histórica da capital, os 30 hectares do antigo terreno industrial vão ser reabilitados. Com um investimento estimado de dois mil milhões de euros, o projeto prevê a construção de cerca de duas mil novas habitações, 120 mil metros quadrados de espaços verdes e uma variedade de serviços, incluindo uma nova escola e áreas de lazer, que prometem criar mais de três mil postos de trabalho.
O objetivo principal é reanimar a zona e criar um espaço moderno e centrado nas pessoas. “É importante que o projeto tenha sido aprovado finalmente, porque vai requalificar toda a zona oriental da freguesia”, refere o presidente da Junta de Freguesia de Marvila, José Videira, citado pelo “Idealista”.
O projeto imobiliário, sublinha, vai “permitir regenerar a malha urbana e prolongar o jardim ribeirinho do oriente”.
A empresa VIC Properties também já revelou “sensibilidade” para “colocar uma percentagem das casas a preço aceitável para as bolsas do cidadão comum”, embora ainda não tenham sido avançados valores.
O desenvolvimento será realizado em várias fases e vai demorar cerca de sete ou oito anos até estar concluída. A promotora imobiliária já completou a primeira fase de descontaminação dos terrenos, seguindo-se agora a segunda fase do projeto, que prevê a construção de 702 apartamentos num total de 20 hectares.
A fábrica de gás da Matinha esteve em funcionamento durante mais de 50 anos. Inaugurada em 1944, manteve-se operacional até ao final dos anos 90, mas só em 2006 é que as instalações industriais foram demolidas.
Durante vários anos, os terrenos da Matinha estiveram nas mãos de Luís Filipe Vieira. Em 2012, o antigo presidente do Sport Lisboa e Benfica entregou o controlo desses ativos ao Grupo Espírito Santo (GES), mas os terrenos acabariam por ser adquiridos mais tarde pela VIC Properties.